Um estudo sobre o impacto da “Rua Sésamo” descobriu que os benefícios do programa infantil a nível educacional podem ser tão poderosos como o que as crianças aprendem na pré-primária.
A pesquisa, liderada pelos economistas norte-americanos Phillip B. Levine, da Wellesley College, e Melissa Kearney, da Universidade de Maryland, revelou que as crianças que viam a “Rua Sésamo” nos primeiros anos do programa estavam melhor preparadas para entrar na primária.
Os efeitos foram mais explícitos em crianças que viviam em zonas economicamente desfavorecidas dos EUA, e há indícios de que grupos de diferentes características, como os rapazes e as crianças negras, melhoraram o seu desempenho na escola. As diferenças, no entanto, vão-se desvanecendo e são quase imperceptíveis no fim do Ensino Básico.
Para além do interesse dos resultados, o curioso deste estudo é a forma natural como a amostra foi selecionada: quando o programa infantil estreou, em 1969, a distribuição geográfica não era uniforme, uma vez que o sinal do canal televisão em que era transmitido o programa não chegava a todos os lugares dos EUA.
Bastou, por isso, aos investigadores analisar os dados do desempenho escolar das diferentes zonas para identificar as diferenças entre as crianças que viviam em zonas com e sem acesso ao sinal do canal.
As conclusões do estudo, por sua vez, dão mais força ao argumento de que a televisão pode ter um impacto positivo na sociedade, sobretudo tratando-se de um programa bem sucedido desenhado especificamente com fins educacionais.
Outro dos contributos deste estudo é sublinhar o poder das narrativas para a aprendizagem, não estritamente das crianças, mas para públicos de qualquer idade – uma recomendação que, a ser seguida, é mais um argumento de peso para a potencial eficácia dos cursos para adulto de ensino à distância e dos Massive Online Open Courses (MOOCs), oferecidos gratuitamente pelas universidades através da Internet.
ZAP
Só não a prendem a socializar, porque isso só nas relações reais entre pares