Monuments Men and Women Foundation

Podia ser mais um leilão numa pequena loja no Ohio — mas tornou-se na revelação de um pedaço de história, roubado há quase um séculos.
O leilão de duas pinturas a óleo do século XVII, do artista holandês Ambrosius Bosschaert teve uma surpresa inesperada.
Tudo decorria normalmente numa pequena leiloeira no Ohio, EUA, quando especialistas da Monuments Men and Women Foundation perceberam que os quadros em leilão tinham, afinal, sido saqueados pelas forças nazis em 1943.
E a história dá-lhes razão: os quadros de naturezas-mortas pertenciam à coleção de Adolphe Schloss, um colecionador judeu alemão.
Segundo a Smithsonian Magazine, é possível que algum soldado americano tenha levado consigo ilegalmente as pinturas de Bosschaert como recordações de guerra.
“Este caso é mais um exemplo de como pessoas de boa vontade podem colaborar para corrigir as injustiças da Segunda Guerra Mundial, devolvendo obras de arte saqueadas aos seus legítimos proprietários”, comenta Robert M. Edsel, o fundador da Monuments Men and Women Foundation no site da associação.
“Em menos de 48 horas após recebermos esta denúncia, a Fundação documentou a proveniência das obras que confirma a posse de Schloss, inspecionou pessoalmente as duas pinturas, obteve a cooperação da leiloeira para as retirar da venda e contactou o advogado dos herdeiros Schloss. Esperamos concluir em breve esta abordagem colaborativa para resolver o caso e que as obras regressem à família Schloss“.
“Tenho orgulho na nossa equipa pelo trabalho rápido e meticuloso. A Monuments Men and Women Foundation recebe todos os dias informações sobre arte desaparecida, mas os nossos investigadores são peritos em identificar aquelas situações que exigem largar tudo e agir de imediato”, afirmou a presidente Anna Bottinelli.
“Não surpreende que estas duas pinturas tenham surgido numa pequena leiloeira do Midwest, mas poderiam ter aparecido em qualquer lado. Centenas de milhares de objetos culturais saqueados durante a Segunda Guerra Mundial continuam desaparecidos. Alguns estão nos Estados Unidos, guardados em sótãos, pendurados em paredes ou esquecidos em caixas fechadas, transmitidos de geração em geração”, afirma.