ZAP // DIGI

Director Serghei Bulgac questionado sobre eventual compra da MEO: “Não é um alvo nosso mas nunca dizemos nunca”.
A Digi chegou a Portugal em Novembro do ano passado, rapidamente mexeu com o mercado das comunicações, mas também rapidamente começou a originar muitas queixas por parte dos clientes.
Cedo houve relatos sobre a menor qualidade da rede: perde-se a ligação à internet, não se consegue receber ou fazer telefonemas. E o sinal de fibra também não era activado depois da instalação. Além da falta de apoio ao cliente ou dos poucos canais de televisão na lista inicial.
Mesmo assim, a empresa romena está “bastante satisfeita” com as operações no mercado português, até agora.
As contas ainda não estão equilibradas mas o resultado tem vindo a subir: receitas de 35 milhões de euros no primeiro semestre do ano, com receita média por utilizador de 7,1 euros.
O segundo trimestre ficou um pouco abaixo do primeiro trimestre de 2025 (menos 400 mil euros), mas o director-executivo Serghei Bulgac explicou que essa descida está relacionada com o facto de estar a deixar de comercializar a Nowo.
Há 790 mil clientes na Digi: 420 mil de serviço móvel e 144 mil em internet de banda larga.
“Temos assistido a uma boa procura e tracção do nosso produto junto dos portugueses”, comentou o responsável da empresa, numa conferência com analistas.
Mas a maior perda operacional da empresa está mesmo em Portugal – a entrada no mercado é recente, há adaptações, nomeadamente de custos.
“Estamos a fazer o melhor possível para controlar os custos. Já temos os sistemas necessários montados mas, estando no primeiro ano de actividade, sabíamos que os custos iniciais seriam elevados, como estamos a comprovar”, cita o Jornal de Negócios.
A nível de cobertura, o objectivo da empresa é chegar a metade do país (e ter mais clientes) até ao final deste ano, ou até ao início de 2026.
Questionado sobre a possibilidade de comprar a Altice, Serghei Bulgac não fugiu a essa possibilidade.
“A Altice não é foco. Gostamos de dizer que somos um ‘player’ orgânico e sabemos que a MEO é incumbente, mas não é um alvo nosso. Ainda assim, nunca dizemos nunca, mesmo que não estejamos a olhar nesse sentido agora”, disse o director da Digi.