O filme “Dheepan”, do realizador francês Jacques Audiard, conquistou este domingo a Palma de Ouro da 68.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes, em França, anunciou o júri do certame.
O prémio mais importante do palmarés de Cannes foi conquistado por um filme que acompanha a vida de refugiados do Sri Lanka.
Traumatizados pela guerra, tentam reconstruir a vida em França, mas são confrontados com a violência que encontram nos arredores de Paris.
Um júri liderado pelos cineastas irmãos Joel e Ethan Coen escolheu esta história de imigrantes que procuram asilo noutro país, numa altura em que o mundo assiste a massivas movimentações de refugiados, nomeadamente a Síria e países vizinhos.
“Receber este prémio dos irmãos Coen é algo de muito extraordinário. Estou muito comovido”, disse Jacques Audiard ao receber o galardão na cerimónia, em Cannes.
Nos últimos 20 anos, Jacques Audiard impôs-se como um dos mais originais realizadores do cinema francês, e tem colecionado distinções pelos seus filmes.
O prémio de melhor atriz foi partilhado pela norte-americana Rooney Mara, que entra no filme “Carol”, onde é seduzida por Cate Blanchett – que era uma das favoritas para a melhor interpretação feminina, e pela francesa Emmanuelle Bercot, que participa do elenco de “Mon Roi”, filme no qual interpreta uma mulher que sofre uma queda numa estância de esqui, fica ferida e apaixona-se enquanto recupera.
O prémio de melhor ator foi entregue ao francês Vincent Lindon, que interpreta um operário desempregado em “La Loi du marché” (“A Lei do mercado”, em tradução livre), do realizador francês Stéphane Brizé.
Neste filme, Vincent Lindon enfrenta meses sem trabalho, com várias desilusões, mas reagindo sempre de forma a manter a sua dignidade.
O Grande Prémio do Festival de Cannes foi entregue ao filme “Son of Saul”, do realizador húngaro László Nemes, que aborda o trabalho de um comando especial de prisioneiros.
Este grupo ajudava os nazis na remoção dos corpos dos prisioneiros judeus do campo de concentração, quando estes morriam de fome, sede, doença ou nas câmaras de gás de Auschwitz.
“Este continente ainda é perseguido pelo Holocausto”, disse o realizador.
Este filme já tinha sido distinguido no sábado como melhor filme pela crítica internacional, recebendo o prémio FIPRESCI.
O prémio para melhor realizador foi entregue a Hou Hsiao-hsien, um realizador de 68 anos de Taiwan, que filmou um drama minimalista com artes marciais – “The Assassin” – que segue uma justiceira na China do século IX com ordens para matar o homem que ama.
Quanto ao prémio Câmara de Ouro do Festival de Cannes 2015, foi atribuído ao realizador colombiano César Augusto Acevedo, pelo filme “La Tierra y la sombra”, dedicado à vida dos camponeses colombianos.
/Lusa