
Os diamantes vermelhos são o quinto material mais caro do Mundo: custam 4,3 milhões de euros por grama
Nenhuma. Ou várias. E é isso que intriga os cientistas. Afinal, o que é faz com que os diamanetes apresentem tonalidades tão variadas?
Os diamantes nem sempre são incolores; também podem ser azuis, amarelos, verdes, vermelhos e até cor-de-rosa.
Na sua base, os diamantes são feitos de um único elemento: o carbono.
“Apenas carbono puro”, forjado em tesouros sob pressões muito elevadas, explicou, à Live Science, Luc Doucet, investigador sénior de geologia na Universidade de Curtin, na Austrália.
Normalmente, os diamantes formam-se nas profundezas da superfície da Terra, a mais de 161 quilómetros de profundidade, no manto do planeta. Ali, a pressão e a temperatura são suficientemente extremas para que os átomos de carbono se unam numa rede apertada.
Depois de formados, os diamantes precisam de subir à superfície muito rapidamente para que a sua estrutura se mantenha intacta. Isto acontece normalmente quando as erupções vulcânicas ejetam as rochas das profundezas.
Se, pelo contrário, um diamante permanecer nas profundezas, pode derreter ou transformar-se em grafite ao longo de milhões de anos.
“É preciso ter muita sorte para os encontrar, visto que têm de ser expulsos das profundezas da Terra”, explicou Gabriela Farfan, curadora de gemas e minerais de Coralyn Whitney no Museu Nacional de História Natural Smithsonian, à Live Science.
A maioria dos diamantes é incolor, disse a especialista.
No entanto, há algumas maneiras de os diamantes normais se transformarem, por outro lado, em “diamantes de cores extravagantes”.
Afinal, o que dá cor aos diamantes?
Em primeiro lugar, como todos os minerais, os diamantes podem ter impurezas quando se formam. Estas impurezas são outros elementos para além do carbono que se integram na estrutura da gema.
O nitrogénio, vizinho do carbono na tabela periódica, pode entrar sorrateiramente na estrutura do diamante, dando origem a diamantes amarelos ou cor de laranja.
O boro, outro elemento com um raio atómico pequeno, pode produzir diamantes azuis, como o famoso Diamante Hope.
A radiação radioativa também pode tornar os diamantes verdes. Isso pode acontecer se as rochas vizinhas próximas às gemas tiverem urânio, que pode expelir átomos para criar espaços vazios na estrutura do diamante.
Os diamantes também podem adquirir cor através de deformações estruturais.
É assim que se formam os diamantes cor-de-rosa e vermelhos. Estas pedras adquirem estas tonalidades porque as suas redes de carbono se deformam quando estão nas profundezas do planeta.
No entanto, se um diamante for submetido a demasiada pressão, pode tornar-se castanho; se não for submetido a pressão suficiente, permanece incolor.
Devido à forma como os diamantes cor-de-rosa e vermelhos se formam, os cientistas podem analisar estas pedras preciosas e compreender exatamente onde e quando têm origem na crosta terrestre.
Os processos geológicos de uma área deixam para trás uma assinatura nas deformações de um diamante. “Assim, os diamantes cor-de-rosa [e vermelhos] são os únicos que se pode potencialmente tentar identificar numa região geográfica”, explicou Farfan.