António Cotrim / LUSA

José Luís Carneiro e Eduardo Ferro na primeira reunião do novo Conselho Estratégico do PS
José Luís Carneiro constituiu o Conselho Estratégico do partido e gostou do que viu: há pessoas “mais à esquerda, humanistas, democratas-cristãos, sociais-democratas”.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considerou que o Conselho Estratégico do partido que constituiu é sinal de “abertura, diversidade e pluralismo” e que as competências das personalidades que o compõem permitiriam formar “vários governos”.
“É muito importante que se perceba que o PS é a grande casa da democracia porque tem pessoas que estão mais à esquerda do PS, até aos humanistas, democratas-cristãos, sociais-democratas, que se juntam neste Conselho Estratégico para contribuírem para o seu país”, sublinhou aos jornalistas José Luís Carneiro, no final da cerimónia de instalação deste órgão consultivo composto por mais de 90 personalidades.
Questionado sobre se o Conselho Estratégico do PS – que será coordenado pelo antigo presidente do parlamento, Augusto Santos Silva – funciona como uma espécie de governo sombra, o líder do PS respondeu: “temos aqui personalidades para a constituição de vários governos, não só para um”.
“Se olharem para as personalidades, para a sua qualidade, para a sua experiência de vida académica, (…) várias pessoas da indústria, das empresas, da economia, da cultura. Sem falsas modéstias, julgo que temos aqui mesmo personalidades, competências e capacidades para formar, não é um, é vários governos”, defendeu.
Entre os diferentes nomes, cerca de 50 já tiveram funções governativas.
Sobre o porquê da escolha de Santos Silva para este trabalho de coordenação, Carneiro referiu que foi “o nome que mais foi consensualizado na auscultação” que fez, sublinhando “ter uma experiência muito larga, muito ampla, na coordenação de equipas e na produção dos resultados”.
“Ele esteve na revisão da declaração de princípios do PS nos princípios dos anos 2000 e tem também um percurso histórico que vem desde os governos do engenheiro António Guterres até aos últimos governos do doutor António Costa. Esta transversalidade no exercício de funções governativas dá-lhe uma leitura do Estado e da sociedade”, destacou.
No discurso que fez após todos os membros presentes terem assinado o ato de posse, o secretário-geral do PS, que foi eleito há cerca de um mês, considerou que este órgão é “sinónimo de abertura, de diversidade e de pluralismo”.
Destacando que o PS “é um partido de centro esquerda”, Carneiro referiu que este órgão consultivo, que tem como horizonte temporal 2050, conta com personalidades que estão à esquerda do PS, mas também que vêm do “humanismo democrata-cristão”, como é o caso do ex-vice do CDS-PP Filipe Lobo d’Avila.
“Este é um ponto de partida e não é um ponto de chegada. Outras personalidades se juntarão a nós neste percurso”, antecipou.
Este órgão terá reuniões trimestrais ordinárias, estando a primeira prevista para meados de setembro, e terá que produzir todos os anos um relatório estratégico e cadernos temáticos.
O Conselho Estratégico é composto por “personalidades com experiência política, académicos, empresários, gestores, cientistas, artistas, líderes associativos e jovens talentos”, tendo representação de diferentes regiões do país e da diáspora.
// Lusa