Haitham Imad / EPA

As Nações Unidas acusam Israel de estar a matar população de Gaza à fome. Nas últimas 48 horas, pelo menos três bebés e uma criança já morreram por inanição e desnutrição.
Israel “está a matar à fome” a população de Gaza, denunciou a agência das Nações Unidas que presta assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA), exigindo o fim do bloqueio à ajuda humanitária no território palestiniano.
“As autoridades israelitas estão a matar à fome os civis em Gaza. Entre eles há um milhão de crianças. Levantem o bloqueio: permitam que a UNRWA faca chegar alimentos e medicamentos”, instou a agência, em comunicado publicado na rede social X.
A UNWRA assegura ter alimentos suficientes para nutrir os 2,1 milhões de habitantes de Gaza durante mais de três meses.
A falta de alimentos em Gaza é tão severa que também a organização não-governamental Rahma Worldwide, baseada nos Estados Unidos, calcula que mais de um milhão de palestinianos estão em risco de morrer à fome.
Segundo a organização, há “uma afluência sem precedentes” de pessoas com desnutrição extrema aos hospitais, “em estado de esgotamento e perda de mobilidade devido à fome prolongada“.
Este retrato tem sido confirmado, nos últimos dias, por vários hospitais em Gaza.
Nas últimas 48 horas, pelo menos três bebés e uma criança morreram por inanição e desnutrição, disse à agência espanhol EFE um funcionário do Ministério da Saúde de Gaza.
Segundo as autoridades de saúde de Gaza, estima-se que 17.000 crianças sofram de subnutrição aguda no enclave palestiniano, o que também aumentou a percentagem de nascimentos de bebés com baixo peso, bem como o número de abortos espontâneos e de nados-mortos.
Israel tem bloqueado a entrada de alimentos desde 2 de março, e os poucos camiões da ONU que entraram no enclave desde essa altura — a maioria transportando farinha — foram saqueados ou não conseguiram distribuir os alimentos em segurança.
Desde o final de maio, Israel tem forçado a distribuição de ajuda através de complexos militarizados em Rafah, onde mais de 900 palestinianos foram mortos pelas tropas ou esmagados no último mês e meio, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Os pontos de distribuição têm o tamanho de campos de futebol, estão rodeados de postos de segurança, arame farpado e montes, e a única entrada é através de uma vedação.
As paletes de comida são colocadas no chão e os palestinianos têm de correr para apanhá-las, sendo que muitas vezes as tropas israelitas disparam contra a multidão.
Israel argumenta que quer impedir que a distribuição de ajuda seja controlada pelo movimento extremista palestiniano Hamas.
// Lusa
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