Mike Poland / USGS

Os cientistas acreditam que a nova formação hidrotermal foi causada por múltiplas pequenas explosões, dado que os equipamentos de registo sísmico não detetaram nenhuma grande explosão.
Os geólogos do Parque Nacional de Yellowstone identificaram uma nova formação hidrotermal na Bacia do Géiser Norris durante a sua primeira visita de campo em 2025, revelando uma mudança geológica significativa na área.
A descoberta ocorreu em abril, quando os cientistas realizavam manutenção de rotina em estações de registo de temperatura, e foi detalhada num relatório publicado na USGS Caldera Chronicles. Na ponta noroeste de um marco informalmente chamado de “Ilha da Árvore“, onde antes existia apenas um pedaço de terra sem características, encontraram um buraco aberto com aproximadamente 4 metros de largura, preenchido com água leitosa e azul-clara.
As evidências sugeriam um processo de formação violento: rochas com até 30 centímetros de tamanho estavam espalhadas nas proximidades, revestidas por uma fina lama cinzenta, a combinar com as paredes expostas da nova piscina. Inicialmente, isto apontava para uma explosão hidrotermal, um fenómeno comum na paisagem dinâmica de Yellowstone.
Para determinar quando ocorreu a formação, os geólogos reviram imagens de satélite. Não foi visível qualquer alteração em dezembro de 2024, mas a 6 de janeiro de 2025, tinha surgido uma pequena depressão. A 13 de fevereiro, o buraco tinha evoluído para uma nascente totalmente formada e cheia de água.
No entanto, os equipamentos de monitorização sísmica e térmica não detetaram sinais de uma única grande explosão. Em vez disso, as evidências indicam que a formação se desenvolveu gradualmente. “Claramente, a nova formação térmica não se formou num único grande evento explosivo”, observaram o geofísico do USGS, Michael Poland, e o geólogo do Parque Nacional de Yellowstone, Jeff Hungerford, no seu relatório para o USGS Caldera Chronicles.
Os cientistas concluíram que a formação surgiu provavelmente através de “múltiplos pequenos eventos” que inicialmente deslocaram rochas e posteriormente ejetaram lama rica em sílica, acabando por formar um poço que se encheu de água rica em minerais, refere o Science Alert.
Embora tais alterações destaquem a constante atividade geológica de Yellowstone, os especialistas sublinham que esta não é motivo para alarme. O parque, localizado no topo de um supervulcão, é monitorizado de perto devido ao seu potencial para erupções catastróficas. No entanto, eventos como esta nova nascente refletem a dinâmica hidrotermal normal, e não qualquer indício de uma grande erupção.