Temos uma “grande sorte” num aspecto do Chega: a visão de Miguel Pinheiro sobre a carta de Carneiro a Montenegro

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José Sena Goulão / LUSA

André Ventura e Luís Montenegro no Parlamento

PS acha que o Governo deveria fazer já um “acordo estratégico” sobre a Defesa – mas só inclui os socialistas nessas negociações.

Governo e PS devem juntar-se em breve para conversar sobre Defesa. Essa é a proposta de José Luís Carneiro.

O secretário-geral do PS enviou uma carta ao primeiro-ministro, na qual sugere a Luís Montenegro que seja negociado um “acordo estratégico” entre os dois partidos para um “Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa”, cita o jornal Público.

O prazo é de apenas três meses e Carneiro já pediu uma audiência formal a Montenegro. Sempre a pensar na “unidade de propósitos, visão de longo prazo e sentido patriótico”, e porque é essencial “um consenso político alargado e duradouro que assegure previsibilidade estratégica, continuidade de investimentos e eficácia na execução”.

Os socialistas defendem que o compromisso assumido pelo Governo junto da NATO, de investir 2% do PIB na Defesa (e 5% até 2035), deveria ser assumido só com um “alargado apoio social e político”, acusando o Governo de Luís Montenegro de “nada” fazer para ter esse apoio.

“Venho propor formalmente a abertura de um diálogo institucional entre o PSD e o PS, com vista à definição de uma plataforma de convergência parlamentar em matéria de Defesa Nacional, em particular no que respeita ao investimento estratégico”, lê-se na carta.

Ou seja, não há Chega nessa proposta – apesar de o partido de André Ventura ser o partido da oposição com mais deputados.

“O que José Luís Carneiro está a pedir não é reunião, ou diálogo, com o Governo: o que está a pedir é uma reunião e um diálogo que exclua o Chega“, conclui Miguel Pinheiro.

O director do Observador salienta, no entanto, que neste aspecto até “temos uma grande sorte” por ter o Chega. Porque há outros partidos europeus de direita radical – da família do Chega – que são “a favor de Putin, empenhados em reforçar o poder da Rússia e de tudo o que seja anti-democracia. Para nossa sorte, André Ventura nunca foi Putinista, nunca hesitou em relação à política externa portuguesa. André Ventura sempre foi muito claro: NATO, aliança com parceiros tradicionais, defesa da Ucrânia“.

“E é bom que isso se mantenha”. Por isso, continua, “a melhor forma de isso se manter é envolver o Chega neste tipo de decisões; é bom que o Governo envolva o Chega nestes assuntos”, analisa Miguel Pinheiro.

ZAP //

7 Comments

  1. O PS está aflito pela irrelevância que tem e o medo de cair no esquecimento.
    O 1º ministro não pode cair nesta armadilha do PS, o governo não precisa do PS para nada.

    Se o governo quer ter sucesso, deve envolver o Chega o mais possível, o ressabiamento de PS é bem visível e espero que o 1º ministro não cometa essa asneira, porque, enquanto o PS foi governo nunca quis saber de entendimentos com o PSD, agora que está na mó de baixo, para não cair na irrelevância, procura os acordos.

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    • Se calhar o chega é q está aflito… A maior parte do país não é extrema direita.. o chega q meta rolhas q o ressabiamento passa 🙂

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      • Está muito enganada, o CHEGA não é nem nunca foi um partido de extrema direita, mas sim um partido que defende os direitos de família, dos que efetivamente trabalham e daqueles que sem culpa nenhuma tiveram que ir lutar para o antigo Ultramar, ao contrário do BE, PCP e LIVRE que são de extrema esquerda e que não defendem valores nenhuns, exceto os bandidos e aqueles que querem viver à custa dos nossos impostos.

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        • Vai tu embora, não queremos nazis, MT menos mulheres misogenas e q querem voltar ao passado (queres servir o teu senhor podes faze lo mas n me metes no mm saco). Eu estou bem a ver o teu chega c apenas 1/4 dos votos… Ou seja 75% de tugas ainda sabem q a extrema direita n é bem vinda. Se fosse a ti não saia do armário com o teu extremismo. Podes sair a perder ..

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  2. Para o bem e para o mal, não se pode negligenciar o voto atribuído pelos Portugueses.
    Para o bem e para o mal, o Chega representa um número significativo de Portugueses.
    Convém envolver o Chega nas negociações e responsabiliza-lo pelas suas posições. Assim fica mais difícil a este partido, ter uma postura radical e alucinada. O odio não basta, é preciso propostas construtivas e boas práticas para o desenvolvimento do País.

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  3. O governo não deve cair nesta armadilha. O PS não procura uma verdadeira colaboração — tenta apenas recuperar algum protagonismo, depois de uma derrota difícil de digerir. É uma manobra desesperada de reabilitação política, disfarçada de espírito construtivo.
    O primeiro-ministro faria bem em manter o rumo, sem ceder a estas pressões. O tempo do monopólio socialista terminou, e apelos a entendimentos de conveniência não apagam anos de governação marcada pela arrogância. Que o governo avance com determinação e deixe o PS lidar com as consequências do seu passado político.

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