Campanha anticorrupção na China atingiu mais de 100 gestores públicos

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Campanha de uma organização de direitos humanos pela detenção de Zhou Yongkang, 72 anos, ex-membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês

Campanha de uma organização de direitos humanos pela detenção de Zhou Yongkang, 72 anos, ex-membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês

Mais de uma centena de executivos de empresas estatais chinesas, o setor económico oficialmente dominante do país, foram investigados por suspeitas de corrupção desde o início do ano passado, disse hoje a imprensa oficial.

Quase metade dos 115 suspeitos trabalhava na área da energia, engenharia, manufatura e construção, indicou o China Daily, citando a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC).

Os restantes estavam ligados às telecomunicações, transportes, finança, media, minas, bebidas e tabaco.

Um dos mais proeminentes executivos investigados, em abril passado, foi Wang Tianpu, presidente da maior refinaria petrolífera da Asia, a China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec).

Wang Tianpu, 53 anos, dirigia a Sinopec desde 2005.

A campanha anticorrupção em curso na China, lançada depois de o atual Presidente chinês, Xi Jinping, ter assumido a chefia do PCC, em novembro de 2012, é considerada a mais drástica e persistente da última década.

Dezenas de quadros dirigentes com a categoria de vice-ministro ou superior, entre os quais um antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang, foram detidos.

Ex-membro do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder, Zhou Yongkang é o mais alto líder chinês preso por corrupção desde a fundação da República Popular da China, em 1949.

Jiang Jiemin, ex-presidente da SASAC, o organismo que coordena as cerca de 120 grandes empresas estatais diretamente tuteladas pelo Governo chinês, está também preso.

Mais de trinta oficiais superiores das Forças Armadas, entre os quais um ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, Xu Caihuo, entretanto falecido, foram igualmente afastados por corrupção.

O combate à corrupção é assumido pela liderança chinesa como “uma luta de vida ou de morte” para a credibilidade do PCC e a sua permanência no poder.

Trata-se também de uma das principais fontes de insatisfação popular, a par da poluição e das crescentes desigualdades sociais.

/Lusa

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