Negociações directas entre Rússia e Ucrânia terminaram sem cessar-fogo. Rússia “não precisa de negociações porque está a conseguir avançar”.
Não foi surpreendente: na semana passada decorreram, pela primeira vez em mais de três anos, conversas directas entre Rússia e Ucrânia – mas não foi anunciado qualquer cessar-fogo de 30 dias, ou muito menos o fim da guerra.
Delegações dos dois países sentaram-se na mesma mesa e concordaram em realizar a maior troca de prisioneiros de guerra desde o início do conflito: 1 000 prisioneiros.
E os soldados ucranianos não estavam à espera de mais. A Rússia vai avançando, tenta controlar ainda mais território ucraniano – e não está disposta a ceder.
Ihor, soldado ouvido pelo The Kyiv Independent, disse: “Acho que é uma farsa. Mesmo que haja negociações completas, mesmo que concordem em alguma coisa, e mesmo que 30 dias de ‘paz’ aconteçam realmente, tudo isto não passa de uma cortina de fumo”.
Ihor acha que a Rússia “não precisa de negociações porque está a conseguir avançar no terreno”.
“Mesmo com este custo humano, o inimigo consegue acumular reservas, tanto humanas como de armamento, e expandir a produção (militar), o que também não é sinal de que alguém esteja a planear parar”, avisou o soldado ucraniano.
Todos os soldados que falaram com o portal ucraniano têm esta visão: a situação no terreno é que vai ter uma influência real no objectivo de chegar à paz; não vão ser conversas.
Outro soldado, Mamai, avisa que Vladimir Putin “está a rir-se de Donald Trump em frente ao resto do mundo”.
E considera que, aos olhos de Putin, “todos os líderes do mundo ocidental são fracos e otários”.
Já Architect lamenta: “É uma pena que o nosso país tenha de participar nisto, e o resto do mundo civilizado não tenha coragem para responder ao agressor adequadamente”.
Para os soldados, não adianta negociar. Porque “os russos só entendem as coisas à força”, resume Bart.
E a intenção é clara: há cansaço, há muitas perdas – mas os ucranianos vão continuar a lutar. “Vamos continuar a destruir os russos“, avisou Petro Kuzyk.
A Rússia de Putin é a maior praga para o Mundo nos últimos 70 anos, agora seguido pelo Trump.
Nada justifica uma mortandade diária, de ambos os lados no séc XXI, por um pedaço de terra e que não pertence à Rússia.
Digam o que disserem, os EUA deixaram de ser o baluarte da democracia e da tão aclamada liberdade no Mundo e são neste momento o espelho da queda de um império, tal como aconteceu com a URSS.
Querem paz? É fácil. Basta garantir a neutralidade da Ucrânia, deixando-a fora da NATO, e reconhecer o direito dos russos na Ucrânia à autodeterminação, nas províncias onde são a maioria da população. Ou será que a autodeterminação é só para os kosovars e os palestinianos?