António Pedro Santos / Lusa

Joaquim Miranda Sarmento, Ministro de Estado e das Finanças
Miranda Sarmento não é adepto da possível compra do Novo Banco por parte do CaixaBank, que já é dono de outro banco em Portugal, o BPI.
O CaixaBank, dono do BPI, pode avançar para a compra do Novo Banco, aumentando assim a sua presença em Portugal. Os espanhóis já contrataram a Deloitte para avaliar a compra do Novobanco.
Mas Joaquim Miranda Sarmento não parece ser grande adepto dessa possibilidade: “A decisão cabe à Lone Star com 75%.e será uma solução de mercado”, começa por dizer.
Mas o ministro das Finanças avisa: “Em todo o caso, a banca espanhola representa já pouco mais de um terço do mercado bancário português e eu creio que, por uma questão de concentração e de dependência, essa quota de mercado não devia subir”.
Por outras palavras, Miranda Sarmento foi claro: “Era bom para o mercado português que a presença espanhola, com a qual não temos nada contra, não aumentasse”.
O ministro das Finanças acredita que não deve haver uma excessiva concentração de bancos portugueses de um único país.
Em relação a um eventual avanço da Caixa Geral de Depósitos para a compra o Novo Banco, Miranda Sarmento disse que o banco público deve “analisar as condições de mercado e entender que pode fazer uma proposta sozinha ou em conjunto com outro banco, terá de fazer uma proposta ao acionista e o acionista pronunciar-se-á sobre uma proposta concreta”.
Na mesma entrevista à RTP, Miranda Sarmento revelou que o Governo – contrariando as previsões da Comissão Europeia – continua confiante no crescimento da economia acima dos 2% em 2025; e num superávit em 2026.
“[A estimativa de 2,4%] Não está descartada, mas é mais exigente. Em todo o caso, os números que temos apontam para crescimento acima de 2% com toda a incerteza que existe, recessão nos EUA, tarifas muito elevadas, ou seja, vários fatores de incerteza”, completou.