Esta já é a pior noite do PS nos últimos 40 anos

António Pedro Santos / Lusa

Pedro Nuno Santos (PS) na noite das eleições legislativas 2024

Ainda faltam os resultados finais, mas só a projecção de ficar próximos de apenas 50 deputados assusta os socialistas. “Nunca vi algo assim”.

Eleições legislativas 2025. Eram 20h certinhas e, como sempre, saíram as primeiras projecções à boca das urnas: todas apontam para uma queda histórica do PS.

Entre vantagem muito pequena em relação ao Chega, ou empate técnico com o partido de André Ventura, ou mesmo atrás do Chega, há um cenário sombrio de apenas 50 deputados para o PS. E percentagem próxima dos 20%, no pior cenário.

Ainda faltam os resultados finais, mas só a projecção de ficar próximos de 50 deputados assusta os socialistas.

Olhando para trás, só há 40 anos é que o PS teve um resultado tão baixo. Em 1985, muito graças ao surgimento do PRD, o PS ficou-se pelos 57 deputados, com pouco mais de 20% António Almeida Santos era o secretário-geral dos socialistas nessa altura.

Dois anos depois, em eleições antecipadas que deram maioria absoluta ao PSD e a Cavaco Silva, o resultado dos socialistas foi quase igual: 60 deputados. Vítor Constâncio era o candidato a primeiro-ministro do PS nesse acto eleitoral de 1987.

Em 1991, uma subida para 72 deputados e a partir daí o PS teve quase sempre um resultado muito superior, diversas vitórias, incluindo duas maiorias absolutas.

Até que, depois dos 78 deputados no ano passado (que já tinha sido um resultado mau), as eleições legislativas de 2025 colocam o PS numa noite histórica. Por maus motivos.

João Torres, deputado do PS, já admitiu na RTP que esta noite “não é positiva”. Mas espera por resultados oficiais.

A mesma RTP está presente no hotel que é a “sede” do PS no dia das eleições. E o jornalista António Esteves contou que, às 20h, reinou a desilusão e a tristeza: “Esta é uma das piores noites na história do partido. Um silêncio muito pesado. Já assisti a várias noites de eleições aqui neste local e nada se compara ao que se está a viver aqui hoje“.

Já perto da contagem final de votos, confirmou-se um cenário negro para o PS: o rosa foi quase “varrido” do mapa eleitoral – o PS só venceu em Évora.

De Lisboa/Santarém para cima, Portugal preferiu AD. De Portalegre para baixo, Portugal é Chega (menos em Évora).

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.