Só 11% das camas do plano de alojamento para estudantes já estão prontas

Bobo Boom / Flickr

Apesar dos atrasos na execução do plano, o governo garante que o prazo de março de 2026 para a criação de mais 19 mil camas para estudantes será cumprido.

A taxa de execução do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) continua muito aquém do previsto, com apenas 11% das 19 mil camas concluídas até abril de 2025.

Segundo dados fornecidos ao Público pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), 2139 camas já estão prontas — 1162 novas e 977 reabilitadas — no âmbito de uma meta contratualizada com a Comissão Europeia, a ser atingida até o final do primeiro trimestre de 2026.

Apesar dos atrasos, o executivo garante estar confiante na concretização das metas, apontando como principais entraves a escassez de propostas nos concursos públicos e o aumento dos custos na construção civil. Ainda assim, o número de projetos em fase inicial caiu significativamente, de 60 em março para apenas seis, e atualmente há 89 obras em curso, com mais 21 prestes a iniciar.

Desde a sua criação em 2018, o PNAES foi integrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ampliando o investimento para 507 milhões de euros, dos quais 415 milhões são destinados à criação de novas camas. Ao todo, 141 projetos estão contratualizados, envolvendo 33 instituições de ensino superior, 25 municípios e outras entidades públicas e sociais.

A Universidade de Lisboa lidera em número de camas previstas (1535), das quais 642 já estão operacionais. A instituição estima que, após a conclusão das obras, contará com 2600 camas, apoiando estudantes deslocados numa cidade onde o alojamento acessível é escasso.

Braga destaca-se com a construção da maior residência universitária financiada pelo PRR, na antiga Fábrica Confiança, com 786 camas. Já em Beja, a obra do Instituto Politécnico está 78% concluída, com 503 novas camas previstas — 260 já prontas.

A Universidade de Aveiro, por sua vez, aumentará a oferta em mais de 40%, com 981 camas (425 novas e 556 reabilitadas), mantendo uma abordagem centrada no bem-estar e interação social.

Apesar dos múltiplos desafios — desde a inflação até ajustes técnicos exigidos por regulamentações —, o Governo e as instituições envolvidas asseguram que o prazo de março de 2026 será cumprido.

ZAP //

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