Leão XIV é um crítico da administração Trump

Fabio Frustaci / EPA

O Cardeal norte-americano Robert Prevost é o novo Papa Leão XIV

Donald Trump já disse que está ansioso por conhecer o primeiro Papa norte-americano. Apesar deste entusiasmo inicial, sabe-se que Robert Francis Prevost não está em linha com todas as posições de Trump – especialmente no que toca à imigração.

Habemus Papam: Robert Francis Prevost é o primeiro norte-americano a liderar a Igreja Católica.

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump já enalteceu esta nomeação.

“Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado Papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro Papa norte-americano. Que emoção e que grande honra para o nosso país”, escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.

Estou ansioso por conhecer o Papa Leão XIV. Será um momento muito significativo!”, acrescentou o chefe de Estado norte-americano.

Apesar desta simpatia e entusiasmo iniciais, é sabido que Robert Francis Prevost não está em linha com todas as posições da administração Trump – especialmente no que toca às questões da imigração.

O último tweet do Papa é, precisamente, uma crítica ao vice de Trump, J.D. Vance sobre as políticas de imigração.

Curiosamente, J.D. Vance foi a última pessoa a ser recebida pelo Papa Francisco, no Vaticano, no dia 20 de abril, um dia antes Jorge Mario Bergoglio morrer.

A 3 de fevereiro, Prevost partilhou outro artigo em que se opunha, novamente, ao vice-presidente J. D. Vance: “J.D. Vance está errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros“.

O artigo foi escrito em contraponto a declarações que Trump havia dito que o amor cristão deve seguir uma hierarquia – começando pela família e terminando com o restante do mundo.

Ativo na defesa dos refugiados

No dia 14 de abril, Leão XIV retweetou um artigo com tom crítico à visita do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, a Trump, em que os dois comemoram a deportação de imigrantes de um país para o outro.

“Enquanto Trump e Bukele usam a Sala Oval para se rirem da deportação ilegal de um residente dos EUA – que antes foi um salvadorenho indocumentado – o agora bispo auxiliar de Washington, Evelio, pergunta: “Vocês não veem o sofrimento? A vossa consciência não fica perturba? Como conseguem ficar em silêncio?“, diz o texto republicado pelo novo Papa.

Mas as críticas vêm já muito de trás – do primeiro mandato de Trump.

Em junho de 2018, quando Trump encorajava a política que levava à separação de famílias refugiadas, o novo Sumo Pontífice da Igreja Católica repartilhou uma mensagem crítica. “Não há nada de cristão, norte-americano ou moralmente defensável numa política que separa crianças de seus pais e as coloca em jaulas. Isso está a ser feito em nosso nome, e a vergonha recai sobre todos nós”.

Durante o primeiro mandato do presidente, o pontífice compartilhou uma série de mensagens em defesa dos refugiados e com críticas às políticas de Trump.

Em janeiro de 2017, na altura da posse de Donald Trump, Prevost publicou um comunicado da Conferência Católica de Bispos que se opunha “fortemente” a um decreto executivo, que prejudica refugiados e famílias imigrantes vulneráveis.

Miguel Esteves, ZAP //

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