Não foi uma mega-crise, mas sim a subida do manto que provocou a elevação do Tibete. Novo estudo revoluciona os modelos tectónicos.
Um novo estuda desafia modelos tectónicos que até agora tínhamos como garantidos: sugere que a elevação do Tibete foi causada principalmente pela dinâmica do manto pós-colisão, e não pela convergência contínua entre a Índia e a Ásia.
O estudo, publicado este mês na Earth-Science Reviews, foca-se no momento dos processos sincolisionais, na extensão de seus efeitos espaciais e nas diferenças estruturais e composicionais entre as características sincolisionais e pós-colisionais.
Q elevação do planalto tibetano foi afinal impulsionada principalmente pela dinâmica do manto que se seguiu à colisão, ocorrida no Cenozóico tardio — não é uma estrutura uniforme formada por um único processo de colisão, e não envolveu um submergimento significativo do continente indiano sob o interior do Tibete, explica a SciTechDaily.
A tomografia sísmica e os dados de isótopos de hélio restringem a subducção do continente indiano a profundidades de 200 a 300 km, principalmente abaixo da sutura Yarlung-Zangpo, que marca a margem mais meridional do planalto tibetano, explica o estudo.
As discrepâncias paleomagnéticas relativas à largura da Grande Índia são resolvidas enfatizando o desacoplamento da cobertura e do embasamento durante a colisão suave e a subducção rasa, limitando a sua subducção a distâncias curtas de ≤300 km.
Este estudo vem mostrar-nos que as suposições genéricas não se sustentam numa análise mais aprofundada. É necessário examinar a racionalidade dos modelos geodinâmicos para os processos, alertam os investigadores. Esta revolução científica vem mostrar desta maneira que os modelos científicos em que nos baseamos podem afinal ser erróneos — basta olhar com mais detalhe.