Uma nova tinta “assassina” vai chegar aos hospitais para eliminar bactérias potencialmente fatais para pacientes imunocomprometidos. Este mecanismo será capaz de eliminar bactérias nocivas ao mínimo contacto.
Há várias bactérias nos hospitais, que causam infeções fatais. Agora, uma nova tinta pode ajudar a evitar que isso aconteça, ao matar rapidamente quaisquer micróbios que pousem nela.
Esta não é a primeira vez que vemos um revestimento germicida para maçanetas, corrimãos, bancadas e outras superfícies não porosas em hospitais. Estes revestimentos utilizam ingredientes antimicrobianos, incluindo prata, cobre e ouro.
Mas a tinta apresentada num estudo publicado esta quarta-feira na Nature é diferente. É mais duradoura, mais eficaz e mais barata.
Desenvolvido em parceria com a empresa britânica Indestructible Paint, o revestimento consiste na resina brilhante transparente convencional da empresa, juntamente com uma concentração de 2% de um agente biocida de amplo espectro conhecido como digluconato de clorexidina (CHX).
Como detalha a New Atlas, esses dois ingredientes foram combinados, deixados a reagir entre si durante 15 minutos, depois pintados em amostras de aço e curados a uma temperatura de 60 ºC (140 ºF) durante 90 minutos.
Em seguida, gotículas de soluções bacterianas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa foram aplicadas à tinta e deixadas a secar à temperatura ambiente durante 18 horas. Esta ação simulou a forma como uma superfície pintada pode ser salpicada num hospital.
Bactérias completamente erradicadas
Quando as amostras foram posteriormente testadas, verificou-se que os três tipos de bactérias tinham sido completamente erradicados.
Como explicaram os cientistas da Universidade de Nottingham, o CMX conseguiu este feito através da geração de espécies reativas de oxigénio que romperam as membranas externas protetoras dos micróbios. Para referência, estudos anteriores demonstraram que o S. aureus e a E. coli podem sobreviver em superfícies de aço inoxidável por até seis e quatro semanas, respetivamente.
“É crucial que tecnologias, como esta tinta antimicrobiana, sejam desenvolvidas para prevenir a propagação de microrganismos patogénicos a pacientes vulneráveis e enfrentar a ameaça cada vez maior da resistência antimicrobiana», disse a líder da investigação, Felicity de Cogan, em comunicado.