Montenegro prometeu, mas… há mais 36 mil pessoas sem médico de família do que há um ano

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Miguel A. Lopes / Lusa

Uma das principais bandeiras de Luís Montenegro e da AD na campanha para as legislativas de 2024 foi resolver os problemas do SNS de forma rápida. Cerca de um ano depois, um dos problemas centrais parece ter-se agravado.

Há um ano, na campanha para as eleições legislativas de 10 de março de 2024, Luís Montenegro prometia: “médicos de família para todos os portugueses”.

Aliás, a saúde – e especificamente a falta de médicos de família – era uma das grandes prioridades da Aliança Democrática (AD).

Só que a promessa não foi cumprida e a prioridade parece ter passado para segundo plano: um ano depois, há mais 36 mil pessoas sem médico de família.

Os números do Portal do SNS são detalhados pelo Jornal de Notícias (JN), esta terça-feira. Em fevereiro, havia mais 35.950 pessoas do que no mesmo mês de 2024, atingindo 1.565.255 utentes sem médico de família.

Segundo o matutino, este número deve-se, por um lado, as falhas nos concursos, as aposentações e outras saídas de médicos.

Por outro, ao aumento do número de inscritos nos centros de saúde: mais 121 mil, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

Parece não haver condições para dar um “médico de família para todos”, como o atual Governo prometeu. Mas o que preocupa ainda mais os profissionais de saúde é a instabilidade governativa e as mudanças constantes que daí resultam.

Em declarações ao JN, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) Nuno Jacinto aponta que não está a haver tempo para uma estabilização: “Andamos constantemente a mudar tudo e o impacto é nulo ou até negativo”, refere.

“Em menos de 15 meses, mudámos tudo (…). Não há tempo para estabilizar e perceber se funciona. Quando nos estamos a adaptar, muda tudo”, acrescentou.

Outras promessas por cumprir

Como refere o JN, mesmo que o concurso para colocação de especialistas em Medicina Geral e Familiar de 2024 tenha falhado, o Governo prometeu incentivos no novo ano, mas os médicos recém-formados continuam sem saber de nada.

Em novembro, a ministra da Saúde Ana Paula Martins garantiu que o Governo estava a trabalhar no concurso deste ano, assegurando que haveria “outro tipo de incentivos”. Quatro meses depois, os incentivos continuam por desvendar.

“Afinal, que medidas vão ser criadas para atrair os médicos?”, questionou o presidente da APMGF, recordando que, entretanto, os exames da especialidade terminaram e os recém-especialistas sem nada saber.

Miguel Esteves, ZAP //

5 Comments

  1. É urgente e premente tomar medidas concretas para salvaguardar a saúde pública, é cada vez mais visível que existe uma política para desestabilizar o Serviço Nacional de Saúde em benefício da Saúde Privada, nomeadamente nos acordos com as entidades publicas do Estado (ADSE e outras) e com as listas de marcações de consultas e cirurgias da Saúde Pública com o benefício e a extorsão de verbas do orçamento geral do Estado desviadas das despesas correntes e de capital das Unidades de Saúde.

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  2. O Montenegro é um dos tais caçadores de votos, promete tudo e mais alguma coisa, no fim não cumpre nada. É o caso do aumento das reformas dos 250€ para o nivel do Salario Minimo. Nickles.
    Aquilo que ele não disse, estva escondido na manga, era que ia reverter as medidas da TROIKA, por exemplo corte do 5% do Salario dos Politicos, reverter a questão das Freguesias.
    Essa gente, mentem sem fim para enganar os Eleitores. Gente dessa, não obrigado, já temos op Diabo para nos enganar.

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