
Alemães já pensam em Trump quando vão às compras. Voltamos a uma era de “olho por olho, dente por dente”. Mas há riscos.
Donald Trump veio mexer com a política e com a economia, não só dos EUA, mas de diversos países.
As tarifas impostas pelo regressado presidente dos EUA, neste caso a produtos que chegam da União Europeia, estão a originar diversas reacções por parte dos europeus.
Quem decide já decidiu agir: a partir de Abril, tarifas de 25% sobre aço e alumínio que chegam dos EUA à União Europeia, que se estendem a produtos como whisly, calças de ganga, ou motas da Harley-Davidson.
Quem consome também já começou a agir, nomeadamente através de boicotes.
Na semana passada foi noticiado o caso dos suecos, já com milhares e milhares de consumidores a boicotarem marcas como Google, McDonald’s ou Tesla, todas dos EUA.
Precisamente a Tesla está a cair claramente na Europa, onde as vendas caíram para metade. Os dinamarqueses estão a virar-se contra Trump, muito por causa da Gronelândia, mas também há um apelo a comprar só produtos europeus.
E, agora na Alemanha, os consumidores também começaram a pensar nesse assunto quando vão às compras.
Um inquérito do instituto de investigação Civey revelou que 64% dos alemães já estão a evitar produtos dos EUA, ou estão a preferir evitar.
O Handelsblatt acrescenta que uma “pequena maioria” dos inquiridos disse que as políticas de Trump já influenciam no momento da compra.
Jakob Hanke Vela, especialista em política internacional, apoia este afastamento dos produtos dos EUA: “Seria particularmente doloroso para os amigos empresariais de Trump: as grandes empresas tecnológicas dos EUA que dependem da Europa como um importante mercado de vendas”.
Mas há dois perigos neste movimento.
O primeiro são… as redes sociais. Que surpresa. Certas publicações espalham que esta ou aquela empresa é dos EUA quando, na verdade, é de outro país. E assim sofre nas vendas sem ter qualquer ligação com este assunto.
Segundo perigo: as marcas internacionais costumam produzir a nível local. Neste caso, a produção é feita na Alemanha, por parte de muitas empresas. Ou seja: se os consumidores alemães comprarem menos produtos dos EUA, isso afectará principalmente a indústria alemã. E esta regra aplica-se a tantos outros países.
Em resumo: Donald Trump trouxe a política económica internacional de volta a uma era de “olho por olho, dente por dente”.
É deixar de comprar produtos com códigos de barras que começam abaixo dos 140 (002 até 139), assim sabemos que estamos a rejeitar produtos que foram produzidos ou vendidos por empresas dos EUA: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_GS1_country_codes