Justin Tallis / EPA
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Volodymyr Zelensky, Keir Starmer e Emmanuel Macron
A França e o Reino Unido propõem uma trégua de um mês na Ucrânia “no ar, nos mares e nas infraestruturas energéticas”. Macron e Starmer querem pôr Putin à prova e ver se o líder russo também está comprometido com a paz.
Admitindo a dificuldade de uma trégua total, dada a “dimensão da frente de guerra”, França e Reino Unido propõem um cessar-fogo parcial, na Ucrânia.
Este domingo, em entrevista ao jornal Le Figaro, o presidente francês Emmanuel Macron disse que esta trégua teria como objetivo a suspensão dos ataques aéreos, marítimos e contra infraestruturas energéticas.
Também o primeiro-ministro britânico Keir Starmer já tinha anunciado que Paris e Londres estavam a trabalhar num “plano” para pôr fim ao conflito entre russos e ucranianos, que já completou três anos.
O plano vai ser depois comunicado ao presidente dos EUA Donald Trump.
Europa continua dependente dos EUA
Com esta iniciativa conjunta, Kiev e os parceiros europeus esperam que os EUA acedam à exigência do Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy de delinear, antes do início das negociações formais, um mecanismo que obrigue a Rússia a cumprir qualquer acordo de paz que venha a ser assinado.
Só assim, haverá garantias de tropas de paz europeias em território ucraniano.
Numa análise, na Antena 1, o consultor da NATO, Manuel Poêjo Torres, disse que “o mundo está numa encruzilhada estratégica”.
“Depois do encontro entre Trump e Zelenskyy começámos a ganhar os contornos daquilo que pode ser um divórcio político entre os Estados Unidos e a Europa“, disse o especialista em ciência política.
“E continuar a falar de divórcios transatlânticos é extraordinariamente perigoso tendo em conta os interesses europeus e não tantos aos interesses norte-americanos. Nós [Europa] não devemos continuar a incentivar a ideia de que estamos sós. Para o bem da Europa, devemos continuar a fomentar uma parceria consolidada e coerente com os EUA” – e Macron e Starmer sabem disso, considerou.
Trump desalinhado com Ucrânia e Europa
Ao contrário de Zelenskyy e líderes europeus, Trump defende que a questão das tropas de paz seja abordada apenas numa fase posterior das negociações. Mas a Ucrânia e a Europa querem essas garantias já.
A insistência de Zelensky nesta questão foi um dos motivos que desencadeou o confronto verbal entre Trump (e J.D, Vance) e Zelenskyy, na sexta-feira passada, em Washington.
Zelenskyy abandonou o encontro sem assinar prometido o acordo económico sobre minerais raros que os Estados Unidos tinham proposto.
Zelenskyy apela à união
Esta segunda-feira, Zelenskyy apelou aos países europeus para apoiarem o Reino Unido e a França no sentido de serem alcançadas garantias de segurança antes do início das eventuais conversações de paz com a Rússia.
“Estamos todos unidos num ponto principal: a paz real exige garantias de segurança reais. E esta é a posição de toda a Europa, de todo o continente. O Reino Unido, a União Europeia, a Noruega e a Turquia”, disse Zelenskyy num discurso à nação transmitido esta segunda-feira pelos meios de comunicação ucranianos.
Trata-se do primeiro discurso após a cimeira em Londres, no domingo, em que participaram os principais líderes europeus.
“Uma paz sólida e duradoura e um acordo correto para acabar com a guerra são a nossa prioridade comum”, declarou o Presidente ucraniano.
Risco de guerra na Europa cresce
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, afirmou hoje que “a linha da frente está constantemente a aproximar-se”.
“Nunca o risco de guerra no continente europeu, na União Europeia, foi tão elevado, porque há quase 15 anos que a ameaça está cada vez mais próxima de nós, a linha da frente está cada vez mais próxima de nós”, disse Barrot à rádio France Inter.
Referindo-se aos contactos que decorreram em Londres durante o fim de semana, o chefe da diplomacia francesa disse que os países europeus estão conscientes da situação.
Por isso, apontou Barrot, a trégua de um mês na guerra seria ideal para a Ucrânia e os aliados europeus perceberem se o presidente russo Vladimir Putin está mesmo comprometido com a paz e perspetiva um cessar-fogo de longo prazo.
Miguel Esteves, ZAP // Lusa
Guerra na Europa? O exercito russo nos últimos dias anda a perder kms a torto e a direito…. Tanques, aviação, misseis, fabricas, refinarias, mão de obra e soldados desapareceram…. A Russia não pode dar se ao luxo de abrir uma nova frente nos próximo 10 a 20 anos no futuro. A menos que o Trump lhes ajudar militarmente…. Que pelos últimos dias é possível acontecer.
O Putin é um ladrão, e está a arrastar o Trump para o “lamaçal” da vigarice. O tipo da Rússia é um Hitler 2.0. Ele não quer paz, quer apenas territórios, quantos mais, melhor, minerais, e gente a morrer. É um psicopata, falso, mentiroso, manipulador, ditador, comunista e incompetente.
A economia do país que “preside” está toda rota, as tropas enfraquecidas… mas não quer dar parte de fraco. Quero ver onde vai tamanho ladrão, patego, monstro, arranjar tropas para combater a Ucrânia, porque supostamente, esta não se pode juntar à NATO. Ele que coma bosta de vaca e que se preocupe com o seu país, que deixe os outros em paz de uma vez por todas. Já bastaram todas as outras invasões, nomeadamente à Crimeia, em 2014.
Ainda acusa a Ucrânia de estar a dificultar um acordo de paz?! Ele é que é um sonso, que não liga a isso, quer lá saber de paz, quer lá saber de deixar a Ucrânia em paz, e pagar pelos danos, não, só vê territórios e minerais, e puxou o Trump pelo braço, sendo agora os dois palermas. O Trump, que até era porreiro, é a favor de Israel, país atacado, como poderia ser contra a Ucrânia!? É incompreensível.
Felizmente, temos vários líderes europeus a funcionarem como intermediários do conflito. Vamos ver se trazem propostas interessantes para um cessar-fogo definitivo.