EUA usam “declaração de emergência” e aprovam 4 mil milhões em ajuda militar a Israel

Gage Skidmore / Wikipedia

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a aprovação do envio de cerca de quatro mil milhões de dólares — cerca de 3,85 mil milhões de euros — em ajuda militar a Israel.

“Assinei uma declaração para utilizar os poderes de emergência para agilizar a entrega de aproximadamente quatro mil milhões de dólares em ajuda militar a Israel”, disse no sábado o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

A declaração de emergência por parte de Rubio permite ao Departamento de Estado evita a necessidade de aprovação da entrega por parte do Congresso, o parlamento norte-americano.

Rubio recordou ainda que o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou um embargo parcial na venda de armas a Israel, imposto pelo antecessor, Joe Biden.

A 25 de Janeiro, Trump autorizou o envio para o Estado hebraico de um carregamento de 1800 bombas MK-84, cada uma com 900 quilogramas, um tipo de armamento cujo envio tinha sido proibido por Biden.

“A decisão de reverter o embargo parcial de armas do governo de Biden, que reteve indevidamente uma série de armas e munições de Israel, é mais um sinal de que Israel não tem um aliado mais importante na Casa Branca do que o presidente Trump”, disse Rubio, no comunicado.

Embora Biden tenha apoiado a ofensiva israelita na Faixa de Gaza e mantido o fornecimento de armas, decidiu deixar de enviar bombas de 900 quilos em Maio de 2024, por temer que fossem utilizadas em zonas densamente povoadas de Rafah, a sul do enclave palestiniano.

O anúncio surgiu horas depois do Governo israelita ter aprovado uma proposta dos Estados Unidos sobre uma trégua em Gaza durante o Ramadão e a Páscoa Judaica, anunciou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Isto pouco antes do final da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestiniano Hamas, sem que exista ainda um acordo sobre uma segunda fase.

A festa muçulmana do Ramadão decorre até finais de Março e a Páscoa judaica será celebrada em meados de Abril.

O plano do enviado de Trump,  Steve Witkoff, prevê que “metade dos reféns israelitas capturados pelo Hamas, mortos ou vivos” sejam libertados no primeiro dia da trégua proposta, com a libertação dos restantes a acontecer no final, se for alcançado um acordo sobre um cessar-fogo permanente”.

Israel suspende entrada de ajuda em Gaza

Israel anunciou hoje a suspensão da ajuda à Faixa de Gaza, após ter denunciado a recusa do Hamas em aceitar os termos dos EUA para prolongar a primeira fase do cessar-fogo no enclave palestiniano, que expirou no sábado.

“Após o fim da primeira fase do acordo de reféns, e à luz da recusa do Hamas em aceitar o ‘plano Witkoff’ para continuar as negociações com as quais Israel concordou, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que, a partir desta manhã, todo o fluxo de bens e mantimentos para a Faixa de Gaza cessará”, anunciou o gabinete de Benjamin Netanyahu.

O Governo Israelita não adiantou detalhes sobre a decisão, segundo várias agências de notícias internacionais, mas avisou que “se o Hamas continuar a sua recusa, haverá mais consequências”.

O Hamas classificou a decisão israelita como “crime de guerra“.

“A decisão do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu de suspender a ajuda humanitária é uma chantagem mesquinha, um crime de guerra e uma violação flagrante do acordo” de tréguas, disse o movimento islamita palestiniano.

A organização terrorista apelou aos “mediadores da comunidade internacional para que pressionem Israel a recuar nesta decisão“.

Também hoje, o Hamas exigiu a implementação da segunda fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, criticando a proposta norte-americana de uma trégua até meados de abril, aceite por Israel.

O conflito na Faixa de Gaza começou depois de um ataque do Hamas contra Israel a 7 de Outubro de 2023 e que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.

A ofensiva militar de Israel em retaliação já matou mais de 48 mil pessoas e destruiu grande parte do enclave palestiniano, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.

ZAP // Lusa

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