Gouveia e Melo revelou posição política e disse exatamente o que deve um Presidente fazer — mas ainda não é candidato

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Mário Cruz / Lusa

O ex-Chefe do Estado Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo

O candidato que não é candidato apresenta-se como apartidário e está “entre o socialismo e a social-democracia”. E defende a democracia liberal, cujos valores “estão a ser postos em causa”.

Após muita especulação — e pressãoHenrique Gouveia e Melo resolveu finalmente esclarecer a sua posição política.

O almirante posiciona-se politicamente “entre o socialismo e a social-democracia, defendendo a democracia liberal como regime político”, garantiu esta quinta-feira.

Em artigo de opinião publicado no Expresso, intitulado “Honrar a Democracia”, o mais bem posicionado para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa focou o seu texto na democracia liberal, cujos valores “estão a ser postos em causa”, e em Belém, nomeadamente no que deve um presidente fazer e no perfil que deve ter — “isento e independente de lealdades partidárias”.

Ainda assim, não anunciou oficialmente a sua candidatura à Presidência da República.

“Devemos querer um presidente isento de partidos”

O ex-Chefe do Estado-Maior da Armada defende que “transformar a Presidência num apêndice dos interesses partidários é uma ameaça à capacidade da democracia liberal de manter um sistema equilibrado e funcional”.

“As pontes não se constroem sobre redes de influência, compadrios ou intrigas político-partidárias, mas sim sobre consensos assentes em valores humanitários, no desejo de liberdade, prosperidade e solidariedade efetiva, e, acima de tudo, na defesa intransigente da democracia liberal”, lê-se no texto, depois de Luís Marques Mendes, que já é, oficialmente, candidato presidencial, ter defendido que o próximo inquilino de Belém deve ter um papel de “construtor de pontes”.

O militar na reserva sustenta a tese de que “nenhum Presidente pode ser verdadeiramente ‘de todos’ se estiver claramente associado a uma fação política, pois não terá a independência necessária para representar o interesse coletivo”.

O Presidente não está ao serviço dos partidos, está ao serviço dos portugueses e de Portugal. Garante a Constituição, a união e a integridade do país e é, por isso, um poder-contrapoder de um sistema democrático equilibrado ao serviço da liberdade, segurança, equidade e prosperidade dos portugueses e, consequentemente, de Portugal”, reforça.

Um dos poderes informais mais importantes do Presidente, continua Gouveia e Melo, “é o poder da palavra“: “Quando o Presidente fala, não é um cidadão comum, é a República. Tem a obrigação de usar a palavra seguindo as regras da relevância, isenção, equilíbrio, contenção e gravitas”.

“Na conjuntura atual, um Presidente sem a independência necessária afunila a democracia. Por isso, a bem do sistema democrático, devemos querer um Presidente isento e independente de lealdades partidárias“, sustenta.

Face à inexistência de uma maioria parlamentar na Assembleia da República, o almirante acusa os principais partidos de terem “a tentação” de procurar eleger um chefe de Estado “alinhado com a sua área política”, que funcione como “instrumento partidário para desequilibrar ou sustentar a governação atual”.

Quebra de promessas é motivo suficiente para dissolver um Parlamento. Chumbo do OE não

Para Gouveia e Melo, “um sistema político sem pesos-contrapesos é um sistema mais frágil, sem escrutínio e, consequentemente, mais vulnerável aos ventos que sopram hoje, da radicalização e da proliferação de ideias autocráticas e iliberais”.

No mesmo artigo, o militar na reserva defende que um Presidente da República só deve exercer o poder de dissolver o parlamento ou demitir o Governo “quando existir a forte convicção de que o contrato entre governados e governantes foi significativamente comprometido”, seja por “uma perda de confiança insanável do povo no Parlamento e/ou no Governo em funções”, por “um desfasamento grave entre os objetivos-prática do Governo e a vontade previamente sufragada pelo povo” ou por uma “tentativa de usurpação de poder e subversão da Constituição, à margem da lei”.

O almirante não vê a aprovação do Orçamento do Estado como condição para manter um Executivo em funções.

Ameaças e Justiça

Numa conjuntura na qual os “valores fundamentais da ética republicana e das democracias liberais estão a ser postos em causa” e a ameaça “já não vem apenas do Leste”, Gouveia e Melo defende que se exige dos atores políticos “responsabilidade, transparência e coragem”.

Defendendo uma Justiça célere, uma administração pública “independente e competente” que não sirva de “suporte ou trampolim para clientelas políticas” e uma “economia de mercado livre”, o almirante considera ainda que, “sendo a democracia tolerante por natureza, não deverá, em defesa própria, permitir ideias e práticas intolerantes, sob o risco de estas comprometerem a própria democracia”.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. realmente nós precisamos de alguem que zele verdadeiramente pelo Estado Civilizado, e mete ordem na rebaldaria dos “politicos” que não de jagunços, que se apoderam o “Poder” para andarem a “brincar”, a fazer o que querem com jogadas , truques, malabarismos feitos às escondidas nos corredores e em encontros secretos, tudo nas costas dos tugas.
    Exactamente, o Montenegro durante a campanha veio prometer o aumentos dos reformados de 250€ até oa nivel do salario minimo. Uma vez no Poder, esqueçeu as “promessas” e veio com outros que só benefica a elite. Por isso, rua!
    O Pai da mentira é o Santanás, disse o Altissimo. Assim sendo, esses aldraboes estão de alguma forma sob o Dominio do Diabo.

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    • “Exactamente, o Montenegro durante a campanha veio prometer o aumentos dos reformados de 250€ até oa nivel do salario minimo.” Pois sr Montenegro mas preferimos lamber os tomates aos funcionários da inutilidade pública. Enquanto os portugueses k já não podem trabalhar morrem à fome pra comprar medicamentos. Salários de jeito pra médicos e infermeiros tb tá quieto!! E preferível aumentar ordenados á clientela do ps

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  2. O Sr Alm. durante o Covid não aceitou ajuda do pessoal de saúde do privado; só aceitava quem prestasse serviço no público; por isso esse Sr faz distinção entre portugueses por isso terá que pedir votos na FP. Mais um ditador? É isso que o povo quer? Só pode!

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    • esses Privados andavam à procurar dos “Ajustes Diretos”?
      Ditaduras, é o que temos desde o 25/4 só que Socialista, “pintam de Democracia e Liberdade”, mas na verdade os “politicos” fazem o catatau com o expediente Juridco (Leis, Despachos, Regulamentos, etc.) e quem paga a factura dos desmandos, é o POVO, cujos 75% tem dificuldade em pagar as contas, 40% vivem abaixo do limiar da pobreza.

  3. Disse o que nenhum suposto Candidato a P.R , referiu até agora ; ……”Independência e Isenção de lealdade a qualquer Partido Politico” . Un P.R , representa a População Portuguesa , sem ser (Condicionado) por qualquer Grupo Politico !

  4. O dr. Henrique Melo está a mentir, não é socialista nem social-democrata, é sim liberal/maçónico ele próprio o afirma, é a candidatura do regime/sistema.
    O candidato dos liberais/maçonaria (PS, PSD, CDS, PCP, BE, CH, L, IL, PAN) para as Presidenciais de 2026 é o dr. Henrique Melo que pertence à Maçonaria (https://talequal.pt/k183/).
    O Partido Social Democrata liderado pelo dr. Luís Esteves escolheu o dr. Luís Mendes, um candidato presidencial medíocre e fraco, de forma intencional, o objectivo é ter um mau resultado nas Eleições Presidenciais para favorecer a candidatura do dr. Henrique Melo, a mesma táctica será utilizada pelos restantes partidos que vão igualmente apresentar candidatos muito medíocres..
    Sobre o dr. Henrique Melo, tem vindo a ser feita uma grande propaganda à sua figura desde que desempenhou funções na força-tarefa destinada à administração dos injectáveis para a doença do coronavírus covid-19 devido à pandemia decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
    Convém explicar aos Portugueses que nunca houve qualquer problema com a administração dos injectáveis para a doença do coronavírus covid-19, o processo estava a desenrolar-se normalmente, era voluntário, e os Portugueses aderiram em massa, no entanto a gestão da pandemia e de todo o processo não podia ser feita pela ex-Ministra da Saúde, Marta Simões, mas sim por um militar tendo em conta que o Ministério da Saúde nesse período respondia directamente à OTAN estando esta entidade a coordenar toda a operação inerente aos injectáveis para a covid-19, e como tal deu ordem para que fosse nomeado um militar.
    Por último, o dr. Henrique Melo foi Chefe do Estado-Maior da Armada por nomeação política.

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