Quem é a tua melhor amiga? A Pilar. “Não! É Nossa Senhora!”

“Hoje lembrei-me do quão penoso era para mim ir para a escola em criança em dias como este” – mais uma recordação peculiar de Luísa Sobral.

Luís Sobral não se limita a criar canções que conquistam milhares de pessoas – ou milhões, como aconteceu com a Amar pelos dois, que venceu o Festival Eurovisão da Canção em 20217.

Cantora, compositora, cantautora. E também escritora. Ainda há poucos dias foi publicado o seu primeiro livro de ficção Nem todas as árvores morrem de pé.

Não é preciso espreitar o livro para ler algumas “pérolas” que Luísa vai publicando. As suas páginas nas redes sociais mostram, por vezes, recordações muito pessoais, com assuntos peculiares e escritos de uma forma muito própria e cativante.

A manhã chuvosa desta quinta-feira fez a compositora lembrar-se de que não gostava de ir à escola. Nunca gostou. E em dias de chuva era mesmo “penoso”.

No Facebook, conta que nunca foi boa aluna como as suas amigas, nem era boa a desporto. Era boa, claro, na música – que na altura era um “passatempo” e ouvia perguntas como “Então, continua com aquela mania da música?”

Mas havia um momento na escola que gostava: o “Bom dia”. Traduzindo: “Juntávamo-nos com outras turmas na igreja para cantar canções religiosas, todas elas muito pouco interessantes, mas estava a cantar e fora da sala de aula, e isso, era o suficiente”.

Depois acontecia algo diferente, mas habitual em colégios: a confissão.

“Sentávamo-nos nos bancos longos em frente ao confessionário, tentando à pressa desencantar pecados de crianças de 11 anos e recapitulando o ato de contrição”, lembra Luísa Sobral.

Quando chegava a sua vez, já lá dentro daquele cantinho e ajoelhada, “o padre pousava uma mão em cada uma das nossas bochechas e ia batendo nelas enquanto falava. Tinha conquistado a alcunha de Padre Bate Chapas como consequência dessa prática”.

E aí, um excerto curioso: “Quem é a tua melhor amiga?” perguntava. “Hum… a Pilar”, “Não! Nossa Senhora! Reza duas Avé Maria e dois Pai Nosso.”

Mas, apesar destes momentos, a escritora avisa que ir para a escola não foi uma fase de grande sofrimento. Porque gostava das amigas.

E porque… se apaixonava. Nos momentos de paixão, “a escola transformava-se no cenário perfeito para a troca de olhares, para um papel por baixo da mesa ou para um convite para almoçar. Nesses dias as horas passavam a correr, fizesse chuva ou sol, e cada intervalo era uma oportunidade para um avanço na relação”.

ZAP //

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