O Senado dos EUA confirmou a nomeação de Tulsi Gabbard como Directora da Inteligência Nacional dos EUA. A escolha é controversa e “alarmante” e há quem a acuse de ser uma “marioneta russa”.
A nomeação de Tulsi Gabbard foi aprovada com 52 votos a favor e 48 contra. O senador Mitch McConnell foi o único republicano a votar contra a escolha de Donald Trump para o lugar de Directora da Inteligência Nacional dos EUA.
Tulsi Gabbard passa, assim, a coordenar as actividades de 18 agências de informação norte-americanas, incluindo a CIA (Central Intelligence Agency), a NSA (National Security Agency), a DIA (Defense Intelligence Agency) e o FBI (Federal Bureau of Investigation).
“É uma agente de Putin?”
Ex-membro da Câmara dos Representantes, eleita pelo Havai, Tulsi Gabbard chegou a ser candidata nas primárias presidenciais do Partido Democrata em 2020. Mas acabou por deixar o partido em 2022, para se tornar independente.
Em 2024, juntou-se ao Partido Republicano.
É tenente-coronel da Guarda Nacional do Havai e serviu no Iraque e no Kuwait.
Ganhou destaque mediático enquanto colaboradora da Fox News, canal considerado pró-Trump, onde criticou duramente a política externa dos EUA e defendeu Vladimir Putin, e a sua guerra contra a Ucrânia.
Nos últimos anos, veiculou opiniões muitas vezes alinhadas com a propaganda russa, a tal ponto que a televisão estatal da Rússia fala dela como “a nossa namorada Tulsi”.
Em 2022, o jornalista e político russo Vitaly Tretyakov chegou a perguntar num programa da televisão estatal da Rússia, se ela era “alguma espécie de agente de Putin“, isto depois de terem sido emitidas opiniões de Gabbard onde critica o então Presidente dos EUA, Joe Biden, por querer mudar o regime no Kremlin.
Tulsi Gabbard também sempre manifestou apoio ao ditador Bashar al-Assad, que Putin tanto apoiou na Síria. Assad refugiou-se na Rússia, depois de ter sido derrubado do poder pelos rebeldes islâmicos que governam, actualmente, a Síria.
“Escolha deve preocupar pela segurança dos EUA”
Elementos do Partido Democrata dos EUA já criticaram a escolha para a direcção da Segurança Nacional, considerando que Tulsi Gabbard é um “activo russo”.
O antigo veterano da inteligência dos EUA Larry Pfeiffer também manifesta ao jornal britânico The Independent a preocupação com a nomeação, realçando o seu “longo historial de declarações que parecem sair do caderno do Kremlin” e a sua “propensão para ser influenciada” pelo “ponto de vista” de Putin.
Isto “levanta questões sobre se ela tem a capacidade de apresentar a perspectiva da comunidade de inteligência tal como ela é, ou se vai ser alguém que vai querer descontá-la, influenciá-la, colori-la e mudá-la, ou ignorá-la e apenas apresentar a sua própria visão”, nota Pfeiffer.
Além disso, há também “questões de julgamento”, sendo Gabbard “muito propensa à desinformação” e “à teoria da conspiração“. “Isto deve preocupar qualquer pessoa que esteja preocupada com a segurança nacional dos Estados Unidos”, destaca.
“É o anzol, a linha e a chumbada – uma marioneta russa”
Pfeiffer, que tem três décadas de experiência nos serviços de informação dos EUA, considera ainda que falta a Gabbard “experiência de segurança nacional” para merecer a nomeação.
O antigo agente nota que Gabbard foi “uma polícia militar” no Iraque, que operou a “um nível amplamente táctico”, sem ter a “perspectiva estratégica de segurança nacional a longo prazo” que seria necessária para o cargo.
O veterano dos serviços secretos também vê ligação clara entre as opiniões coincidentes – e pró-russas – de Gabbard sobre a Síria e sobre a Ucrânia. “Ela é o anzol, a linha e a chumbada – uma marioneta russa“, conclui.
Parece-me bem que Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un, comem trumps ao pequeno-almoço!