Pinto da Costa quebra silêncio e defende-se de “ataques” e “falsidades” de Villas-Boas

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José Coelho / Lusa

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto

A lutar contra um cancro na próstata, ex-presidente do FC Porto falou de tudo: as “falsas” contas aos cofres da SAD, a auditoria que “foi ao encontro de quem a encomendou” e a “falta de provas” na polémica venda de bilhetes.

O histórico presidente do FC Porto Pinto da Costa quebrou o silêncio esta segunda-feira para se defender de alegados “ataques” que considera serem dirigidos à sua pessoa, ao seu trabalho e ao legado que deixou no clube.

Num comunicado com cinco pontos enviado ao jornal O JOGO, o ex-líder dos dragões refutou acusações relacionadas com as contas da SAD, a auditoria forense, as comissões em transferências (como a de Otávio) e a polémica em torno dos bilhetes.

“Ao longo dos últimos meses tenho mantido o silêncio perante os ataques que me têm sido dirigidos, procurando, assim, contribuir para a preservação do bom nome do FC Porto e para não suscitar qualquer foco de instabilidade que possa ser visto como causador de insucesso desportivo”, começou por atirar.

“Assisti no estádio aos primeiros jogos, tendo recebido inúmeras manifestações de carinho, mas que não foram bem entendidas por alguns. O silêncio deixa, assim, de ser uma opção, numa altura em que se torna por demais evidente o objetivo de denegrir o caráter, o trabalho e o legado de quem dedicou longos anos ao serviço do clube”, escreveu.

Pinto da Costa começa por desmentir as alegações de que deixou apenas oito mil euros nos cofres azuis e brancos.

“Uma das mensagens que mais insistentemente se faz passar, é a de que a administração a que presidi apenas deixou 8 mil euros aos seus sucessores, ficando o clube estrangulado e sem soluções para o futuro. Nada de mais falso, como agora se tornou evidente”, apontou, procurando esclarecer que os investimentos realizados permitiram à nova gestão gerar 167 milhões de euros na primeira metade da época.

“Investimos e valorizámos um plantel que permitiu à atual administração, apenas na primeira metade da época, um encaixe de 167 milhões de euros. Concretizámos novas parcerias, nomeadamente com a Ithaka, envolvendo a atribuição de uma verba de 65 milhões de euros. Foram ainda as receitas futuras desta nova empresa criada pela parceria com a Ithaka que serviram de garantia para o financiamento de 115 milhões de euros a longo prazo e que foi recentemente contratado.

O presidente honorário falou ainda sobre a polémica venda de Otávio. Do passe de Otávio para o Al Nassr, a atual administração vai agora receber mais 20 milhões de euros”, disse Pinto da Costa.

“E deixámos também um estádio e um pavilhão integralmente pagos, bem como um centro de treinos e formação e um museu de última geração”, rematou.

No que toca à auditoria forense encomendada por André Villas-Boas, Pinto da Costa criticou as conclusões da mesma, que, diz, “foram ao encontro do que quem as encomendou pretendia”.

A auditoria “lançou uma série de informações descontextualizadas. Omite-se que as contas foram sempre auditadas pelas maiores empresas internacionais do setor, inclusive pela agora autora da auditoria forense, sem nunca algo ter sido assinalado de irregular”, e “ignorou-se que o recurso às despesas de representação aprovadas pela Comissão de Vencimentos não são de agora. Sempre existiram na SAD, sendo uma prática aceite no universo empresarial e sem que alguma vez tenham sido postas em causa pelos auditores o que, a ter acontecido, seria motivo para imediatamente se corrigirem procedimentos. A prova de que assim sempre aconteceu, é que o atual Presidente do Conselho Fiscal, sendo administrador financeiro da SAD no período imediatamente anterior ao da auditoria, também assim procedeu. Mesmo já depois de ter abandonado o cargo continuou a apresentar faturas para esgotar o saldo que deixou na SAD, por ser entendimento de que tinha esse direito”, disse.

O ex-presidente também abordou as comissões nas transferências, desvalorizando as críticas e referindo que tais pagamentos são comuns na indústria do futebol. “A importância das comissões no sucesso de negócios que têm impacto desportivo não muda através de operações de cosmética, como a alteração do nome das comissões ou a inflação de negócios para que aparentemente não as incluam”.

O antigo presidente dos dragões lamentou ainda a tentativa de criar polémica em torno das práticas de mercado do FC Porto e sugeriu que a investigação continue para esclarecer quaisquer dúvidas sobre valores considerados indevidos.

Por fim, Pinto da Costa falou sobre a questão da polémica venda de bilhetes a par dos Super Dragões, e diz que não há provas: “preferiu-se a aposta nos episódios mediáticos, face à constatação de que não se pode imputar diretamente à anterior administração qualquer atuação à margem da lei.”

O histórico presidente do FC Porto concluiu o comunicado lembrando os desafios inerentes à gestão de um clube da dimensão do FC Porto e reforçou o desejo de que a equipa continue a ser vencedora em Portugal e nas competições internacionais.

Ser presidente do Porto “implica tomar frequentemente decisões complexas, arriscar, falhar algumas vezes, lidar com as consequências do que não corre bem. Mas não pode ser esquecido que foi o modelo de gestão que liderei que permitiu ao FC Porto os inúmeros sucessos desportivos que lhe são reconhecidos nacional e internacionalmente”, reforçou.

“Desejo um FC Porto ganhador, no futebol e em todas as modalidades, em Portugal e nas competições internacionais, no presente e no futuro, esteja quem estiver a dirigi-lo”, concluiu.

ZAP //

5 Comments

  1. Há toda a espécie de ladrões, uns escondem -se atrás de políticos , outros de homens de negócios, religiosos e obviamente dirigentes desportivas entre muitas outras coisas. Estes ladrões encapuzados têm no entanto uma coisa em comum , quando descobertos mostram grande indignação. Sejam primeiro- ministros, presidentes de clubes, donos de bancos ou qualquer outra coisa . Cabe ao povo reconhecer esses ladrões de colarinho branco com a informação que tivermos disponível

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  2. Ponham este gajo na prisão junto com o macaco, assim já pode ir ao funeral dele com todos os capangas.

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