Parece que não faz sentido para o utilizador dos transportes públicos, mas a TMP – Transportes Metropolitanos do Porto explica o processo.
Uma pessoa está num autocarro (ou no metro, ou no comboio), durante a viagem o revisor chega e mostra o seu Andante. É um passe mensal, está pago desde o início do mês e é válido para aquela zona. No entanto, como não validou na máquina amarela antes de entrar, paga uma coima.
Um adolescente está também numa viagem, mostra ao revisor o seu passe Estudante Sub 18. É gratuito. Mas, como não validou antes de entrar no transporte, também paga coima. Apesar de o passe ser gratuito.
Se costuma andar de transportes públicos no Porto – ou arredores – já terá passado por uma situação destas. Ou viu, ou foi mesmo protagonista.
E poderá ter ficado confuso: então se o passe está pago, ou se é de borla, porquê pagar coima só por não validar?
Mas há explicações
A TMP – Transportes Metropolitanos do Porto, que gere o sistema de bilhética Andante, elucidou o ZAP sobre estes dois casos.
Primeiro, os passes que já estão pagos: os operadores são remunerados em função da utilização dos títulos de transporte – em função do número de validações. Ou seja, só o registo dessa mesma utilização permite perceber quais os operadores utilizados e o tempo/distância percorrido em cada um. Assim se determina a compensação financeira que cada operador vai receber. Se o passageiro não valida o Andante, o valor correspondente não é entregue ao operador.
Os passes gratuitos: os jovens e os antigos combatentes não pagam mensalidade… mas alguém paga. Os custos são suportados por outras entidades, nomeadamente Direcção-Geral do Tesouro e Finança ou Defesa Nacional, a título de compensação do serviço público prestado. A TMP reforça que os operadores têm de ser remunerados pelo serviço que prestam. Ou seja, não recebem o valor dos clientes, mas têm que ser ressarcidos pelas entidades competentes para que possam continuar a fazê-lo.
“O modelo de repartição da receita intermodal Andante assenta num indicador de procura Passageiro*Zona que pondera o numero de passageiros em cada modo de transporte pelo número de zonas atravessadas dentro do veículo. O valor da viagem é repartido pelos operadores utilizados proporcionalmente ao número de zonas percorridas em cada um”, esclareceu a empresa TMP.
Ou seja, mais uma vez: o operador A recebe uma percentagem por cada validação do passageiro X; se o passageiro X não valida, é como se não tivesse viajado. E assim o dinheiro não entra no operador A – seja o passageiro, seja uma entidade a pagar o passe.
Tudo isto, finaliza, a Transportes Metropolitanos do Porto, é “relevante para o equilíbrio e bom funcionamento do sistema de transportes relativamente à oferta desenhada pelos operadores”.
Uma justificação imbecil dos imbecis que gerem o TMP – Transportes Metropolitanos do Porto.
Se querem saber quantas validações existem tratem de arranjar forma de o fazerem, existem métodos que podem adoptar, incluindo máquinas que fazem essas validações automaticamente pela simples passagem do utente, deixem de ser coninhas e incompetentes.
Só num país do terceiro mundo é que uma empresa coloca os seus utentes pagantes a fazerem o seu trabalho, e se o não fizerem voluntariamente pagam coimas e multas, uma vigarice que o Estado tornou legal, mais uma vez: Uma vigarice que o Estado português tornou legal.
Mas não é caso único, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ainda não está a aplicar a nova lei que reduz o valor das coimas pela falta de pagamento das taxas das portagens nas auto-estradas portuguesas. No entanto, a garantia do Governo é de que a aplicação da lei ocorrerá até final deste ano, abrangendo todos os processos em tramitação ou pendentes a 1 de julho.
Portanto o importante é mesmo roubar à descarada o utente e contribuinte, para pagar os ordenados principescos de um bando de incompetentes, é disso que estamos a falar.
“máquinas que fazem essas validações automaticamente pela simples passagem do utente” — se não quiser ter um chip gravado no corpo, então essas “máquinas” chamam-se validadores.
Se quer fazer uma crítica, utilize argumentos racionais.
Caro Tiago,
Penso que o que o José se estava a referir era de que o validador identificasse o utilizador à entrada do transporte público ou no acesso a este.
Por exemplo, em muitas escolas secundárias o aluno passa pela porta do estabelecimento de ensino e o cartão do aluno é validado à sua entrada e à saída, ficando este registado na plataforma GIAE ou outra.
Já para não falar que são mais as vezes que os equipamentos não estão em funcionamento ou que existem em número insuficiente para a quantidade de utilizadores (principalmente para os comboios da área de Lisboa)
Estupidez portuguesa, imbecilidade à moda do Porto, enfim, escolham o título para poder ser validado 🙂