O esquema consiste em burlões que se fazem passar por funcionários das operadoras de telecomunicações e exigem pagamentos de centenas de euros para a troca da box ou do router.
As autoridades estão a investigar um esquema de burla direcionado a clientes de telecomunicações com contratos em fase de finalização.
Os criminosos contactam as vítimas, alegando ser representantes das operadoras, e utilizam estratégias enganosas para extorquir dinheiro.
O esquema foca-se principalmente em pessoas idosas e envolve falsas exigências de pagamento para substituição de equipamentos.
As vítimas são informadas de que os dispositivos de TV, internet e telefone precisam de ser substituídos devido ao fim da fidelização, sendo exigido o pagamento de centenas de euros, segundo relata o Correio da Manhã.
No entanto, trata-se de uma prática fraudulenta que já levou a várias queixas junto da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). Segundo Ilda Matos, representante da Anacom, estas situações configuram “contratações enganosas e agressivas”, que podem resultar em processos de contraordenação e coimas para os operadores.
Quando são identificados indícios de burla, as queixas são encaminhadas para o Ministério Público.
Um exemplo recente envolve ‘António’, de 79 anos, que recebeu uma chamada no início do mês. O interlocutor, que se fez passar por representante do seu operador, informou-o de que a fidelização terminaria no dia seguinte e que a renovação do contrato exigiria a troca de equipamentos no valor de 200 euros.
António recusou a proposta e, mais tarde, foi alertado pelo verdadeiro operador de que tinha escapado a uma tentativa de burla.
Margarida Pinto, jurista da Deco, destacou que os consumidores não são obrigados a aceitar chamadas, abrir a porta ou assinar qualquer documento sem plena confiança.
Contudo, a especialista reconheceu a dificuldade de provar que alguém foi vítima destes esquemas, o que complica o processo de responsabilização dos burlões.
As autoridades apelam à população para estar atenta a estas abordagens, especialmente em casos de propostas que exijam pagamentos imediatos.