Carros elétricos: Honda põe em marcha superplano para duplicar a autonomia das baterias

A Honda planeia produzir baterias de estado sólido para veículos elétricos que poderão atingir 1.000 quilómetros com um único carregamento – mais do dobro da autonomia dos automóveis elétricos atualmente disponíveis no mercado.

As baterias de estado sólido utilizam um eletrólito sólido, que permite a movimentação de iões (mas não de eletrões) entre os elétrodos  – cátodo e ânodo – de uma bateria. Isso gera eletricidade ao forçar os eletrões a circularem por um circuito externo.

Essas baterias são mais densas em energia porque podem usar ânodos de lítio metálico puro, que armazenam mais energia em menos espaço, em vez de ânodos de grafite usados nas baterias líquidas.

Além disso, dispensam o controlo rigoroso de temperatura e são mais seguras, pois não utilizam solventes inflamáveis como o carbonato de etileno, comum em eletrólitos líquidos.

Em novembro, a Honda revelou uma linha de produção de demonstração para as suas futuras baterias de estado sólido, que o fabricante de automóveis japonês planeia integrar até 2030.

“A bateria de estado sólido é uma tecnologia inovadora que será um fator de mudança nesta era dos veículos elétricos. Substituindo os motores que têm apoiado os avanços dos automóveis até à data, as baterias serão o fator chave da eletrificação”, afirmou Keiji Otsu, presidente e diretor representante da Honda R&D, num comunicado.

Como detalha a Live Science, prevê-se que estas baterias de estado sólido sejam 50% mais pequenas, 35% mais leves e 25% mais baratas de construir do que as baterias de iões de lítio líquidos presentes nos atuais veículos elétricos.

Estima-se também que a Honda tenha as suas baterias de estado sólido de longo alcance nos seus automóveis em 2030. Até 2040, a Honda estabeleceu o objetivo de que os seus automóveis elétricos tenham baterias de estado sólido com uma autonomia de 1.249 quilómetros.

Perspetiva-se que este seja um grande passo para ultrapassar o problema generalizado da “ansiedade da autonomia” – uma das principais barreiras à adoção de veículos elétricos.

É urgente ultrapassar barreiras

O principal obstáculo a esta tecnologia é o facto de as células de estado sólido que a Honda desenvolveu até à data serem demasiado pequenas para serem utilizadas em qualquer modelo de veículo atual.

De facto, os desafios técnicos continuam a impedir que as baterias de iões de lítio sejam suficientemente fiáveis para os veículos elétricos.

O maior problema é a fragilidade do separador cerâmico, utilizado para evitar que o ânodo e o cátodo se toquem, que pode começar a rachar com o tempo devido à expansão e contração causadas pelas reações químicas.

Como explica a Live Science, se isto acontecer ao separador, que é também o eletrólito sólido, pode provocar um curto-circuito entre os elétrodos e causar o mau funcionamento da bateria.

Outro problema é que os eletrólitos nas baterias de estado sólido são feitos de polímeros, que não permitem o fluxo de iões entre os elétrodos tão facilmente como num eletrólito líquido, limitando assim o desempenho da bateria.

Além disso, com o tempo, os elétrodos destas baterias podem ficar revestidos de depósitos de lítio pontiagudos, conhecidos como dendritos, que podem perfurar o eletrólito sólido, provocando um curto-circuito nas baterias.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.