Para os nossos governantes? Muitos presentes cheios de nada

Filipe Amorim / Lusa

Bombeiros sapadores entregaram prendas simbólicas ao governo

Mais de uma centena de bombeiros sapadores em protesto chegaram perto das 11h00 à Assembleia da República, esta segunda-feira, onde deixaram presentes “cheios de nada”, após percorrerem Lisboa a pé ao som de cânticos natalícios.

Prendas vazias, para propostas vazias. Foi sob este pretexto que os bombeiros sapadores distribuíram, em Lisboa, esta segunda-feira, presentes aos nossos governantes.

O protesto começou pelas 9h00 no Terreiro do Paço, em Lisboa. Os manifestantes, quase todos com barretes pretos de pai-natal e camisolas negras com a inscrição “sem risco” “#sapadores em luta”, fizeram uma marcha de protesto até ao parlamento.

Ao passarem na Câmara Municipal de Lisboa deixaram alguns presentes de Natal com os motivos para o protesto, nomeadamente a necessidade de disponibilidade permanente e a atribuição de um subsídio de risco de 50 euros.

Ao som de canções de Natal amplificadas por um megafone, interrompidas de vez em quando com gritos de ‘sapadores em luta’, seguiram até à Praça Luís de Camões, onde cantaram “A Todos um Bom Natal” e gritaram “Sapadores”.

De seguida, ainda naquele largo no Chiado, ajoelharam-se num minuto de silêncio em homenagem aos bombeiros que morreram no cumprimento das suas funções.

Acompanhados das famílias e de algumas crianças e seguidos de perto por polícias em carros e motos, os bombeiros pararam ainda no quartel dos sapadores na Avenida Dom Carlos I para cumprimentarem os colegas de serviço.

Os sapadores estão em protesto para exigir a valorização da carreira, que dizem não ser revista há mais de 20 anos, e o aumento de subsídios como o de risco.

No início do mês, o executivo suspendeu as negociações com a classe, acusando os bombeiros de estarem a fazer pressão ilegítima, após um protesto que incluiu petardos, tochas e fumos junto à sede do Governo.

Os sapadores são funcionários das autarquias, mas a sua carreira é regulada pelo poder central, o que acrescenta complexidade às negociações.

O Governo tem insistido que não existem condições para voltar à mesa de negociações, recusando discutir com o sindicato sob coação e perante o que classificou de comportamentos ilegais.

O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores já agendou uma greve nacional a 15 de janeiro e uma manifestação para junto da Assembleia da República.

ZAP // Lusa

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