Desde a primeira aterragem privada na Lua até ao primeiro passeio espacial civil, a SpaceX de Elon Musk ajudou a impulsionar um grande ano para os voos espaciais privados.
Segundo a New Scientist, as empresas privadas atingiram vários marcos no Espaço este ano, incluindo a primeira aterragem lunar privada e a primeira caminhada espacial civil, tendo a SpaceX desempenhado um papel fundamental em muitas destas missões.
O primeiro grande acontecimento deste ano para o setor ocorreu a 22 de fevereiro, quando a Intuitive Machines, sediada no Texas, fez aterrar a sua nave espacial Odysseus na Lua, tornando-se assim o primeira empresa privada a conseguir um feito que anteriormente só era realizado pelas agências espaciais nacionais.
Apesar da inclinação inesperada do módulo de aterragem, a missão foi um sucesso e está planeada outra para o início de 2025.
A Odysseus foi lançada num foguetão Falcon 9 da SpaceX, sendo apenas um dos muitos êxitos da empresa este ano. O maior foi em setembro, com a missão Polaris Dawn, que incluiu o primeiro passeio espacial civil de sempre.
Todos os passeios espaciais efetuados antes desta missão foram realizados por astronautas treinados pelo Governo.
O bilionário Jared Isaacman, que co-financiou a missão e foi o comandante, foi o primeiro a sair parcialmente da nave espacial, seguido pela engenheira da SpaceX, Sarh Gillis.
Os dois fizeram as suas caminhadas espaciais “de pé”, um de cada vez, enquanto a nave orbitava a Terra a mais de 25.000 quilómetros por hora e a uma altitude de cerca de 740 quilómetros.
A missão também bateu o recorde, estabelecido por Gemini 11 em 1966, para a órbita mais alta (excluindo as missões Apollo à Lua), atingindo mais de 1400 km num determinado momento.
Não satisfeita com estas missões, a SpaceX efetuou os seus terceiro, quarto, quinto e sexto voos de teste da Starship, incluindo a primeira “captura” do seu propulsor Super Heavy, enquanto a empresa continua a desenvolver o maior foguetão alguma vez construído.
Tudo correu como habitualmente, com mais de 100 lançamentos de foguetões Falcon e o lançamento de centenas de satélites Starlink.
Num outro sinal de que a indústria espacial privada está em ascensão, o novo presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a 4 de dezembro, que Isaacman seria o seu nomeado para administrador da NASA.
Numa publicação no X, Isaacman afirmou que “haverá inevitavelmente uma economia espacial próspera — que criará oportunidades para inúmeras pessoas viverem e trabalharem no Espaço”.
Theodore Tzanetos, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia, afirma que a comercialização do Espaço aumento em 2024 e que devemos esperar que a tendência continue.
“Penso que é apenas o caminho natural das coisas“, afirma. “Os custos vão diminuir, os riscos vão diminuir, a fiabilidade vai aumentar. É assim que o mercado funciona. Mas últimas décadas, tem havido muitos investimentos no Espaço. A comercialização do Espaço, penso eu, vai ser uma coisa ótima para toda a humanidade“.
David Amato, do imperial College de Londres, afirma que com a SpaceX e a Blue Origin de Jeff Bezos assistimos a uma “Silicon Valley-isation” do espaço.
A SpaceX e a Blue Origin de Jeff Bezos têm uma abordagem à conceção de foguetões que não tem precedentes no mundo relativamente conservador das agências espaciais estatais.
Amato diz que, embora estejam a impulsionar a inovação mais rapidamente do que nunca, em última análise, são os governos que pagam a fatura. Por exemplo, a Intuitive Machines e outras empresas são contratadas pela NASA para colocar cargas úteis na Lua.
A Space X gera receitas transportando satélites militares para a órbita e transportando astronautas americanos de e para a Estação Espacial Internacional.
Tanto a Blue Origin como a SpaceX estão a conceber sistemas de aterragem para a NASA para transportar da Artemis para a superfície lunar.