O político social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa considerou esta sexta-feira que o antigo primeiro-ministro socialista António Guterres não se candidatar a Presidente da República é “uma perda” para o PS, para a esquerda e parte significativa dos portugueses.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, anunciou esta sexta-feira à Euronews que não está disponível para se candidatar à Presidência da República, porque quer manter-se em funções no palco internacional.
“Já me fizeram essa pergunta muitas vezes e eu respondo sempre que não sou candidato a ser candidato. Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho actualmente, que permite ter uma acção permanente e directa sobre o que se passa no terreno”, disse Guterres, em inglês.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o anúncio de António Guterres “era um cenário muito plausível”, porque “já tinha dado a entender que, provavelmente, não seria candidato e agora é a confirmação”.
“Compreendo que seja uma certa perda para o PS, para a esquerda em geral, e, porventura, para uma parte significativa dos portugueses, que gostaria que ele fosse candidato presidencial e, porventura, até que fosse Presidente da República”, afirmou ex-líder do PSD, à margem de um encontro comemorativo dos 40 anos da distrital de Beja do PSD.
O anúncio é “definitivo”, porque “conheço António Guterres desde o tempo em que andávamos juntos em movimentos e grupos católicos e quando ele diz desta maneira tão categórica que não é candidato é porque é não“, frisou Marcelo Rebelo de Sousa.
O timing, local e língua escolhidos pelo ex-primeiro ministro foi entretanto alvo também do comentário de Francisco Louçã, no seu espaço habitual no noticiário da Sic desta sexta-feira.
“Acho estranho este timing, demorou demasiado tempo a dizer não, para quem tinha feito questão de desmentir que estava fora da corrida presidencial”, disse o ex-líder do Bloco de Esquerda.
ZAP / Lusa
O prestígio da função ‘refugiados’ tornou-o ´clever BOY’