O fundador do PSD, Francisco Pinto Balsemão, alertou o partido para não cometer os erros que estão a ser cometidos pelo PS em termos de eleições presidenciais, alegando que seria “muito mau” seguir o caminho socialista.
“As consequências no PS estão à vista, por isso, parece-me que seria muito mau que o PSD seguisse o mesmo caminho. É melhor não cometer os erros que estão a ser cometidos no PS“, disse Francisco Pinto Balsemão aos jornalistas, esta quinta-feira, à entrada para a cerimónia de encerramento dos 40 anos do PSD/Açores, em Ponta Delgada, sem no entanto precisar a que erros se referia.
Oficialmente, Paulo Morais, antigo vice presidente na Câmara Municipal do Porto na governação de Rui Rio é o segundo na corrida a Belém, depois do socialista Henrique Neto, que já apresentou a sua candidatura.
O antigo primeiro-ministro e militante número um do PSD escusou-se a revelar qual seria o seu candidato preferido para as presidenciais, alegando que “tudo tem o seu tempo“, apesar de reconhecer que o tema está já na ordem do dia e “as coisas estão a acelerar”.
Na sua intervenção na sede do PSD/Açores em Ponta Delgada, Francisco Pinto Balsemão vincou que “os partidos políticos são essenciais para a democracia” e que quem pensa ao contrário “está enganado”.
“Não se inventou ainda outra fórmula de encontrar uma representatividade democrática de maneira que o poder político funcione através de eleições livres”, referiu o social-democrata, acrescentando que a democracia “pode e deve adaptar-se às novas tecnologias”, propondo, por exemplo, o voto eletrónico.
Pinto Balsemão alertou que as redes sociais não substituem os partidos políticos, que os níveis de abstenção são gravíssimos e que estão a surgir movimentos de “características variadíssimas”, mas que não têm um programa.
“Os partidos existem para apresentarem programas eleitorais, programas de governo, para apresentarem e defenderem programas em eleições. Compete aos partidos tomarem as iniciativas que robusteçam uma democracia enfraquecida”, afirmou Francisco Pinto Balsemão, acrescentando que “os partidos não podem olhar só para o seu umbigo”.
Vincou que a revisão constitucional já deveria ter ocorrido, assim como a lei eleitoral já deveria ter sido atualizada e que não o fazer “é brincar com o fogo”.
Pinto Balsemão explicou que, em seu entender, é necessário mostrar aos abstencionistas que os partidos têm de existir a bem da democracia.
Além do líder do PSD/Açores, Duarte Freitas assistiu à cerimónia de encerramento dos 40 anos do PSD/Açores, o presidente honorário e deputados na Assembleia da República Mota Amaral.
/Lusa