Um novo estudo estimou que a Inteligência Artificial (IA) poderá contribuir para cerca de 600.000 novos casos de asma até 2030, só nos EUA.
O aumento do consumo de energia pelos centros de dados, impulsionado pela computação intensiva da IA, está a elevar as emissões de poluentes atmosféricos, com impactos preocupantes na saúde pública.
Estima-se que, até 2030, este fenómeno contribua para 600.000 novos casos de asma e 1.300 mortes prematuras anuais nos EUA, representando mais de um terço das mortes anuais por asma no país.
O estudo, publicado esta segunda-feira no arXiv, destacou que os impactos da IA na saúde são substanciais e afetam populações em todo o território, dado que a poluição se desloca a grandes distâncias.
Baseando-se na crescente procura de eletricidade por centros de dados, os investigadores observaram que parte dessa energia ainda provém da queima de combustíveis fósseis, que emitem poluentes como partículas finas, prejudiciais à saúde.
Para se ter uma noção: neste momento, treinar um grande modelo de IA pode gerar poluição equivalente a mais de 10.000 viagens entre Lisboa e Moscovo, num carro a combustão.
De acordo com a New Scientist, na Virgínia, os geradores a gás dos centros de dados já podem estar a causar 14.000 casos de sintomas de asma anuais, com custos de saúde pública de 220 a 300 milhões de dólares, que podem chegar a 3 mil milhões no limite máximo permitido de emissões.
Utilizando ferramentas da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, os investigadores estimaram também que o custo para a saúde pública associado aos centros de dados poderá ultrapassar 20 mil milhões de dólares até 2030.
Este impacto é aproximadamente o dobro daquele (e já gravoso) que é gerado pela indústria siderúrgica dos EUA e rivaliza com os poluentes emitidos por dezenas de milhões de veículos nos estados mais populosos, como a Califórnia.