O Teatro Ibérico que todos, mesmo todos, os espectadores tenham as condições necessárias para assistir a uma peça.
O título poderá confundir alguns leitores mas a ideia dos “Sopradores de Imagens” é mesmo que os cegos vejam melhor, à sua maneira, uma peça de teatro. E não só.
O projecto está a ser aplicado no Teatro Ibérico, em Lisboa, que tem inclusive formações para os novos “sopradores”. A ideia surgiu em França há 15 anos, pela associação francesa Souffleurs de Sens.
O Teatro Ibérico que todos, mesmo todos, os espectadores tenham as condições necessárias para assistir a uma peça.
Para isso, e além das sessões com audiodescrição e interpretação em Língua Gestual Portuguesa, também pensou nos cegos ou nas pessoas com baixa visão.
Um voluntário – estudante ou profissional da área da cultura – senta-se ao lado da pessoa cega e descreve os elementos visuais junto ao seu ouvido.
Isto acontece durante uma peça de teatro mas também pode ser aplicado numa visita a um museu, ou num festival, por exemplo.
“Primeiro perguntamos de que lado ficamos. Não estamos em cima da pessoa, estamos próximas; e vamos aferindo. Perguntamos como a pessoa pretende: sopramos quando achamos que de facto há algo para referir, ou esperamos que ela peça?”, explicou Fátima Alves, na Antena 1.
“Não estamos a fazer um favor às pessoas cegas ou com baixa visão. E a pessoa que está a soprar também tem que se sentir muito bem“.
E isso não incomoda o resto da plateia? “Os sopros não são contínuos”, esclarece Fátima. Podem até ser raros durante uma peça, se a pessoa ajudada assim preferir.
Esta terça-feira, 3 de Dezembro, é o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.