O projecto tem mais de 100 anos, o primeiro túnel já foi no século passado, mas a História atrasou esta estória. Bem-vindos à Grécia.
Os atrasos nas linhas do metro são assunto frequente em Portugal: no Porto há queixas à volta dos longos atrasos na linha Rosa, entre São Bento e Casa da Música; em Lisboa o metro ainda não chega a Loures ou Odivelas.
No caso do Porto, as obras começaram em 2021; iriam terminar em 2023, depois em 2024, agora prevê-se que seja em 2025. Um atraso de 2 anos, portanto. No mínimo.
Em Loures, nem sequer há plano de construção, não há obras nesse sentido. Por isso, não há datas. Apenas se fala disso, no mínimo, desde 1993.
Atraso de 2 anos, fala-se há 31 anos.
Mesmo assim, ainda ficam atrás do que aconteceu em Tessalónica, a segunda maior cidade da Grécia.
O projecto do metro foi elaborado há mais de 100 anos. O primeiro túnel foi escavado há 38 anos, em 1986.
Agora, em 2024… foi inaugurado. No sábado passado.
São praticamente 10 km de veículos sem condutor, com direito a 13 estações.
O canal Euronews relata que, ao longo dos quatro primeiros dias de viagens, ninguém paga. A partir daí, cada bilhete custa apenas 0,60 euros.
Pergunta-se: porque demorou tanto? Porque há muita História na Grécia.
Ao longo da construção do metro, foram descobertas muitas relíquias, incluindo um tesouro de antiguidades de Tessalónica. Essas antiguidades originaram uma disputa, a construção quase parou, mas em 2015 o Conselho Arqueológico Central aceitou retirar as antiguidades e colocá-las numa estação.
As obras, com túneis em antigas rotas comerciais através do centro da cidade, mostraram: uma via da era romana, antigos cemitérios gregos, sistemas de água e de drenagem, mosaicos, inscrições e dezenas de milhares de artefactos de séculos distintos.
Ao todo, foram descobertos mais de 300.000 achados arqueológicos – muitos estão agora expostos nas estações.
Mas, 38 anos depois, está pronto. Custou 3 mil milhões de euros.