PJ detém suspeitos de ferir o motorista de autocarro incendiado durante os tumultos em Lisboa

Miguel A. Lopes / Lusa

Autocarro queimados após protestos pelo assassinato Odair Moniz

Os detidos enfrentam acusações de tentativa de homicídio. Alguns dos suspeitos já terão antecedentes de criminalidade juvenil.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou esta quarta-feira uma vasta operação para capturar os responsáveis por atearem fogo a um autocarro em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, num ataque que acabou por deixar o motorista ferido e com queimaduras graves. O incidente ocorreu durante a onda de tumultos após a morte de Odair Moniz, baleado pela PSP no bairro da Cova da Moura no mês passado.

Segundo informações apuradas pela CNN Portugal, vários suspeitos já foram detidos e encontram-se nas instalações da PJ para interrogatório. Os detidos enfrentam acusações de coautoria em crimes como homicídio na forma tentada.

A operação, coordenada pela secção de homicídios, envolveu cerca de 50 inspetores da diretoria de Lisboa e teve como alvo uma dezena de jovens residentes na área da Cidade Nova. Os suspeitos foram identificados ao longo das investigações, com base em testemunhos e outras provas recolhidas pelas autoridades.

O crime ocorreu na madrugada de 24 de outubro, por volta das 02:00, quando a vítima, Tiago Cacais, estava ao volante de um autocarro da Carris Metropolitana. Os atacantes emboscaram o veículo, lançando garrafas com combustível no interior e diretamente contra o motorista. As chamas resultantes causaram queimaduras graves na face, tórax e membros superiores da vítima, que ficou internada durante quase um mês na unidade de queimados do Hospital de Santa Maria.

O ataque ao motorista é considerado o mais grave entre os vários incidentes registados na sequência da morte de Odair Moniz, um homem de 43 anos que foi baleado pela PSP durante uma perseguição. A sua morte gerou uma onda de tumultos que durou uma semana, com a destruição de autocarros, automóveis e contentores do lixo em diferentes locais, e inspirou ainda uma grande manifestação em Lisboa contra a violência policial.

As investigações revelaram que alguns dos suspeitos têm antecedentes relacionados com criminalidade juvenil. A PJ mantém as diligências em curso, e novos desenvolvimentos são esperados nas próximas horas.

ZAP //

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