Japonesa está a ficar para trás e não se tem conseguido adaptar ao “boom” dos veículos híbridos. Mercado dos EUA e expansão dos elétricos na China não ajudam.
O fabricante automóvel japonês Nissan vai cortar 9.000 postos de trabalho em todo o mundo e reduzir em 20% a capacidade de produção, anunciou a empresa, na sequência de uma quebra nas vendas.
O grupo reviu em baixa as suas previsões de receitas e lucros operacionais para o exercício financeiro de 2024.
“Confrontada com a gravidade da situação, a Nissan está a tomar medidas urgentes para recuperar o seu desempenho e criar uma empresa mais ágil e resiliente”, refere o fabricante japonês, em comunicado.
O plano de redução de custos no valor de 2,6 mil milhões de dólares tem o objetivo de contrariar o declínio das vendas nos principais mercados, especialmente na China e nos Estados Unidos, que se deve em boa parte à intensificação da concorrência dos fabricantes locais no setor em expansão dos veículos elétricos na China e a lenta recuperação do mercado dos EUA.
A empresa também reviu as suas perspetivas de lucro anual, projectando uma queda de 70% no lucro operacional. A Nissan retirou a sua previsão de lucro líquido devido à atual incerteza financeira. O anúncio surge na sequência de uma queda de 85% nos lucros operacionais da Nissan no trimestre julho-setembro e de uma queda de 3,8% nas vendas globais
O Diretor Executivo Makoto Uchida reconheceu a lenta adaptação da empresa ao rápido crescimento dos veículos híbridos e híbridos plug-in nos EUA, onde a gama de produtos da Nissan continua a ser limitada.
Para além disso, a empresa planeia vender uma parte da sua participação na Mitsubishi Motors, com o potencial de angariar até 68,6 mil milhões de ienes.
ZAP // Lusa