Os relâmpagos que atingem a Terra podem fazer chover “eletrões assassinos” ultra-quentes à volta do planeta. O resultado é um jogo de “pinball cósmico”.
Um novo estudo da Universidade do Colorado Boulder publicado, recentemente, na Nature revelou que os relâmpagos terrestres podem provocar uma “chuva de eletrões assassinos” à volta do nosso planeta.
A descoberta ocorreu acidentalmente, enquanto cientistas analisavam dados de satélites que revelaram a movimentação de eletrões ultra-rápidos e altamente energéticos na cintura de radiação interna, região composta por partículas carregadas que envolve o planeta.
Esta precipitação inesperada de eletrões “quentes” desafiou a noção anterior de que a cintura de radiação interna era uma zona estável e pouco dinâmica.
Como explica a Space.com, este fenómeno, comparado a um “pinball cósmico”, acontece quando os relâmpagos enviam ondas de rádio para o espaço que, ao interagirem com eletrões de alta energia nas cinturas de radiação, desencadeiam a sua precipitação em direção à Terra.
Porquê “pinball cósmico”?
O estudo sufere que o impacto dos relâmpagos pode provocar uma série de eventos em que eletrões saltam entre os hemisférios terrestres, numa espécie de jogo de pinball, antes de precipitar na atmosfera.
O fenómeno, observado entre 1996 e 2006, revelou uma correlação entre descargas de eletrões e a ocorrência de relâmpagos na América do Norte. Estes dados sugerem
Este estudo pode ter importantes implicações na proteção de satélites e astronautas contra radiações perigosas no espaço.
Estes “eletrões assassinos”, têm potencial para penetrar em satélites, atingindo circuitos internos e causando danos significativos.
Para astronautas, o contacto com estas partículas representa riscos sérios de saúde, uma vez que podem ser partículas cancerígenas.
“Estas partículas são as mais assustadoras ou aquilo a que algumas pessoas chamam ‘eletrões assassinos’. Podem penetrar no metal dos satélites, atingir placas de circuitos e podem ser cancerígenas se atingirem uma pessoa no espaço”, afirmou o líder da equipa e investigador da Universidade do Colorado em Boulder, Max Feinland, em comunicado.
Como refere a Space.com, os investigadores não sabem ainda com que frequência ocorrem estes episódios de “chuvas de eletrões assassinos”. Uma teoria é que são mais comuns durante os períodos em que o Sol está especialmente ativo.