Águia desce à terra com estrondo

Rodrigo Antunes / Lusa

Após a goleada ao Atlético de Madrid na segunda jornada, o Benfica desceu à terra, culpa dos neerlandeses do Feyenoord, que foram ao Estádio da Luz vencer por 3-1.

A primeira parte benfiquista foi sofrível, perante um adversário intenso e veloz. A segunda metade foi muito diferente, mas a “montanha” que os “encarnados” tinham de escalar era demasiado alta e o desaire – o primeiro da equipa em casa em 27 jogos – tornou-se inevitável.

Que pesadelo de primeira metade para a “águia”. Desde cedo o Benfica tentou pegar no jogo, mas desde cedo o Feyenoord esperou pelos benfiquistas, anulou o jogo pelas alas e esticou o seu futebol com uma velocidade que desbaratavam a defesa lusa.

Sem grande oposição, Ayase Ueda marcou e viu o seu bis anulado, com Antoni Milambo a ampliar perante uma defesa “aos papéis”. Bah ainda atirou ao poste, Pavlidis viu um golo anulado, mas a entreajuda colectiva dos neerlandeses deixava-nos com a ideia de que tinham mais jogadores em campo.

O Benfica pegou no jogo na segunda parte e nunca mais o largou, apesar de ter apanhado mais um susto com novo golo anulado aos visitantes logo após o descanso.

Com as alterações operadas por Bruno Lage, em especial a passagem de Kerem Aktürkoğlu para a direita (estava a ser anulado do lado canhoto), a formação da Luz conseguiu, finalmente, tomar conta do meio-campo e empurrar o seu adversário, reduzindo pelo extremo turco, que não pára de marcar.

Nesta fase, quem brilhava era o guardião Timon Wellenreuther, que acabou travar as intenções “encarnadas”. Era tarde demais.

O Jogo em 5 Factos

1. Águia desperdiça muito

A culpa também foi do guarda-redes do Feyenoord, que fez um grande jogo (vide apreciação individual mais daqui a pouco), mas a verdade é que o Benfica criou 1,8 Golos Esperados (xG) e só fez um golo, enquanto os neerlandeses marcaram três em 1,1 xG.

2. Incapacidade para travar o drible

Na primeira passagem pelo Benfica, Bruno Lage montou equipas que apresentavam grandes dificuldades para travar os dribles adversários e esse sintoma voltou-se a assistir ante o Feyenoord. Os neerlandeses tentaram 31 vezes o drible e tiveram sucesso em 16, segundo valor mais elevado da prova.

3. Muitas perdas de posse no primeiro terço

Esta é uma das estatísticas “proibidas”. O Benfica acumulou 16 perdas de posse no terço defensivo, com o espanhol Álvaro Carreras a acumular o número mais elevado (6).

4. Benfica mais na área contrária

Os xG já deixavam adivinhar este número, tal como a quantidade de remates. O Benfica chegou com mais facilidade à área neerlandesa, terminando com 27 acções com bola nesta zona, mais 11 que os visitantes do outro lado. Não valeu de muito.

5. Feyenoord mais forte nos duelos

Desde o início notou-se uma maior capacidade dos neerlandeses em ganharem segundas bolas e duelos individuais. Apesar de o Benfica ter equilibrado no segundo tempo, a verdade é que o Feyenoord terminou com 62 destes lances ganhos, mais oito que os “encarnados”.

Melhor em Campo

O médio Antoni Milambo foi um problema constante para a equipa do Benfica. Intenso nos duelos, na pressão e muito veloz, integrou-se bem no ataque e fez dois belos golos. Além de sete duelos ganhos em 12, enquadrou dois de três remates, completou quatro de seus tentativas de drible, somou quatro conduções progressivas e terminou com uma eficiência de remate de 1,8, pois fez dois tentos em apenas 0,2 Golos Esperados (xG).

Resumo

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