“Fiquei com a nítida sensação de que se estava ali a promover uma espécie de julgamento popular, que me causou alguns arrepios”.
Ricardo Salgado foi o grande e esperado protagonista do primeiro dia do julgamento do caso BES/GES, nesta terça-feira.
O antigo presidente do Banco Espírito Santo demorou mais de 10 minutos para percorrer quase 100 metros.
De mão dada com a mulher, amparado pelos advogados, e com motorista atrás. Visivelmente limitado.
Com um passo muito lento, um olhar vazio, sempre a ouvir a palavra “cuidado”, dita por quem o acompanhava.
O advogado Francisco Proença de Carvalho chega a perguntar-lhe: “Está bem, quer parar um bocadinho?”. Salgado responde: “Não, não. Vamos embora”.
Foi um percurso longo, até penoso, desde que saiu do carro até entrar no tribunal.
Perdeu logo ali a “dignidade”, escreve Pedro Ferreira Esteves no Público.
“Não foi jornalismo”
Todos aqueles minutos foram marcados por três imagens: o estado de Salgado, a “perseguição” dos jornalistas e a falta de polícia quase até à porta.
Destacaram-se os jornalistas e os operadores de imagem a rodear Ricardo Salgado, quase em cima do arguido. Num momento que, diga-se, terá sido provocado pela defesa, propositado.
Mas os jornalistas tornaram aquele momento ofegante. Na semana passada, “todos nos comovemos muito enquanto classe com as críticas absurdas e graves” do primeiro-ministro sobre o “jornalismo ofegante”, começa por analisar Miguel Santos Carrapatoso.
“Mas depois, quando o jornalismo ofegante acontece, devemos reflectir também. Só se responde às críticas com mais e melhor jornalismo”, aponta o comentador.
“E aquilo que aconteceu ontem, a forma como passamos aquelas imagens em directo, desprotegendo uma pessoa que merece ser protegida – apesar de tudo que possa ter feito – e que está em claras dificuldades… Aquilo não foi jornalismo. Aquilo não é produzir bom jornalismo”.
E a polícia?
A meio do percurso, um dos lesados do BES (ou alegado lesado) conseguiu falar com o acusado – mas até com um discurso de apoio a Ricardo Salgado. Ia responder, mas Proença de Carvalho disse-lhe algo ao ouvido e Salgao nem falou.
Só aí, e só muito perto da porta do tribunal, é que a polícia o rodeou. “Não percebo porque não actuaram mais cedo, porque não protegeram a pessoa que estava a ir para o tribunal”.
“Fiquei com a nítida sensação de que se estava ali a promover uma espécie de julgamento popular, que me causou alguns arrepios. Foi tudo muito estranho e muito infeliz”, lamentou Miguel, na rádio Observador.
E a garagem?
Tudo isto “poderia ter sido evitado”, segundo o advogado de defesa. Mas terá sido o próprio Proença de Carvalho a decidir que Ricardo Salgado iria aparecer em frente às câmaras antes de entrar no tribunal.
Não foi pela garagem porquê? “Pois, pois. Esta é a porta principal. Isto é um espaço público e as pessoas devem estar informadas de tudo”, começou por responder o advogado, antes de o próprio deixar perguntas no ar.
“O que é que muda entrar ou sair pela garagem? O que é que muda em relação ao estar presente num tribunal onde não tem consciência do que está a ser julgado? Muda alguma coisa?”.
Lá dentro, Ricardo Salgado foi identificado, errou ao responder a perguntas básicas (sobre a morada e o nome da mãe) e foi dispensado logo no início do julgamento. Não vai voltar ao tribunal, em princípio.
Saiu pela garagem.
A defesa do sr. Ricardo Salgado fez uma bela encenação, para mostrar a debilidade do cavalheiro. Se isto fosse uma campanha eleitoral, RESS tinha ganho uns bons votos ontem.
A fotografia que ilustra esta publicação prova claramente que o dr. Ricardo Salgado está a fazer uma encenação; o dr. Ricardo Salgado deve ser obrigado pelo Tribunal a submeter-se a um verdadeiro exame médico, depois cumprirá pena de prisão efectiva na cadeia ou num hospital.
Bom circo montado pelos advogados!…
Mega processos , mega(s) Advogados , mega Fortuna , mega(s) fraudes e corrupções , mega demora de Sentença e Condenação e a “Arte” de Defender o Indefendível ! …………Mega Vigaristas e todos en Liberdade ! .
Este artigo, mais o seu autor mostram que o dono disto tudo ainda continua dono disto tudo.