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Chega no Governo: Ventura diz que Montenegro mentiu, Montenegro diz que Ventura mentiu

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ZAP // Chega / Flickr; PSD / Flickr

Líder do Chega garante que o primeiro-ministro negociou com o Chega e que lhe apresentou um acordo. O “irrevogável” voltou.

O presidente do Chega, André Ventura, disse que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lhe propôs em privado um acordo com vista à aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano, que admitia que pudesse integrar o Governo.

“O primeiro-ministro mentiu”, acusou o líder do Chega, em entrevista à TVI/CNN Portugal, referindo que na terça-feira Luís Montenegro “disse que o Chega não era um parceiro confiável, que ele nunca contou com o Chega e que o Chega foi arredado das negociações”.

De acordo com André Ventura, “isto é falso, o primeiro-ministro negociou com o Chega, quis negociar com o Chega” e propôs “um acordo para este ano”, admitindo “que mais para a frente o Chega viesse a integrar o Governo”.

O presidente do Chega disse que esta proposta lhe foi apresentada no encontro que os dois tiveram em 23 de setembro.

“Mas já tínhamos falado disso também, antes do verão”, indicou.

Ventura disse também que recusou esta proposta porque só aceitaria um acordo para a legislatura; o Chega tinha proposto um “acordo a quatro anos com transformação e mudança para varrer o socialismo”.

O Chega não é para “descartar”, avisou: “Eu represento 1,2 milhões de eleitores que não estão para jogos de bastidores. Talvez o país nunca viesse a saber esta história, mas hoje sabe porque eu estou a contar.”

“MENTIRA”

Luís Montenegro garantiu que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir.

“Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira”, escreveu Luís Montenegro, na rede social X, numa resposta à entrevista de André Ventura, recorrendo a maiúsculas para frisar a palavra “mentira”.

“É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, acrescentou o primeiro-ministro.

“Irrevogável” volta

Horas antes, André Ventura acusou o primeiro-ministro de ter feito “uma cedência impressionante e inqualificável” ao PS quanto ao IRC e ao IRS Jovem, considerando que foi “uma traição à direita”.

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, minutos depois da entrega do Orçamento do Estado para o próximo ano pelo ministro das Finanças, o líder do Chega defendeu que o Governo “ou quer este orçamento feito à medida do PS, ou quer outro orçamento feito com as bandeiras que sempre tinha defendido, menos impostos para as pessoas, menos impostos para as empresas, combate à imigração ilegal, combate à corrupção”.

Esta posição surge depois de o Governo ter retirado as propostas de lei que visavam autorizar o Executivo a legislar sobre o IRS Jovem e para baixar o IRC, num “sinal de boa vontade” para a negociação do Orçamento de Estado para 2025, confirmou à Lusa fonte governamental.

Para Ventura, esta decisão configura uma “traição à direita”. O líder do Chega considerou que o primeiro-ministro tem “ainda a hipótese de mudar isto e de fazer uma alteração”.

“Nós defendemos menos impostos para as empresas, menos impostos para os jovens. Ao rejeitar isto e a ir ter com o PS, que só se preocupa com outro tipo de voto, que não é o voto dos mais jovens nem com as empresas, é uma traição à direita”, defendeu.

Falando à porta da sala do grupo parlamentar, para onde o Chega convocou os jornalistas, Ventura desafiou o Governo a “refazer alguns itens importantíssimos neste Orçamento do Estado”, apresentando uma nova versão ainda antes da discussão e votação do documento na generalidade.

O líder do Chega salientou que, se isso não acontecer e continuar a versão entregue no parlamento, “então não haverá mesmo outra alternativa senão o PS viabilizar este orçamento”.

“Tal como eu disse no início, para mim irrevogável tem uma única expressão e um único sentido, é o sentido de dizer ao Governo que, ou negocia à direita e faz essa transformação, ou continua com o orçamento do PS”, avisou.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. É como a casa em Espinho (“remodelação” com IVA reduzido, numa construção NOVA), e o seu grande amigo ex presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira (deputado do PSD) acusado de corrupção. É Tudo mentira, o vigaristazinho da cabidela, estamos a ficar fartos de homens pequenos….é como a BITOLA ibérica.

  2. Varias coisas parecem obvias com a entrevista de ontem de André Ventura. A primeira é que não se pode confiar em Ventura e a segunda é que a maior parte do que ele diz é verdade. Montenegro afirmou que não é não ao Chega e encurralou-se num canto do qual só sairá com a derrota em eleições. O PS na mesma situação não teve problemas em aliar-se com partidos bem piores que o Chega como são o PCP e o BE ( basta ver que paises apoiam no mundo – todas as ditaduras ) e ao PS não lhe cairam os parentes na lama por isso, antes pelo contrario obtiveram uma maioria absoluta quando os largaram, Montenegro se fosse mais esperto poderia ter feito o mesmo, não demoraria muito tempo a Ventura dar um tiro no pé se estivesse no Governo e o PSD lucraria com isso. Mas os estrategas do PSD deixaram-se enganar pelo PS mais uma vez. Quanto ao que Ventura diz, é obvio que Montenegro teria de aprovar o OE fosse como fosse, o PS pareceia distante e o PM virou-se ao Chega , chegando ao ponto de insinuar uma participação no Governo quando as coisas estivessem mais calmas . Mas o PS inteligentemente cedeu um pouco e o PM descartou Ventura, que tal como uma mulher traida partiu a louça toda. Ficamos a saber do caracter do PM que mente descaradamente, não era apenas Costa e de Ventura que fez um partido crescer o impensavel e agora talvez o volte a colocar em valores bem mais baixos por querer demais, por falar demais e sobretudo por não ter pensamento estratégico . Esta é a minha convicção se corresponde à verdade ou não a história e o tempo o dirão.

  3. É de acreditar no André Ventura, o Trump português.
    As versões dele são tantas que é mesmo de acreditar nele…
    Neste momento, haverá alguém que lhe compre um carro?
    O que interessa é que se fale nele. Vale tudo.

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