É a pergunta da Assembleia Municipal do Porto. Em Agosto, a empreitada ficou pronta; mas quase um mês depois não há veículos a circular. Nem se sabe quando haverá.
A Assembleia Municipal do Porto aprovou uma proposta que insta a Metro do Porto a apresentar “um ponto de situação” sobre os veículos a hidrogénio, a estação de carregamento e o restante projeto do ‘metrobus’.
A proposta do PSD integrou o leque de 13 recomendações apresentadas durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite, tendo sido aprovada, por maioria, com os votos contra do PS, BE e PAN, a abstenção da CDU e os votos favoráveis do movimento independente ‘Rui Moreira: Aqui Há Porto’, PSD e Chega.
A moção destaca ainda a necessidade da Metro do Porto garantir a conclusão das restantes fases do projeto (ligação entre a Avenida da Boavista à Rotunda da Anémona) “dentro dos parâmetros de qualidade e eficiência esperados pela população”.
Pelo PSD, Rodrigo Passos defendeu que “algumas questões devem ser claras para os portuenses” e acrescentou que o partido “exige respostas honestas e assertivas da Metro do Porto“.
A proposta mereceu críticas, sobretudo dos partidos de esquerda, que consideraram que a mesma se sobrepunha ao trabalho do grupo da Assembleia Municipal do Porto que acompanha os investimentos no transporte público.
“A comissão está a ser desrespeitada com estas propostas (…). É nesse fórum que as coisas devem ser tratadas, caso contrário não faz sentido continuarmos com esta comissão”, considerou o socialista Agostinho Sousa Pinto.
Uma recomendação sobre o metrobus apresentada pelo grupo municipal do Chega foi rejeitada, com os votos contra do PS, BE e PAN e a abstenção generalizada do movimento independente ‘Rui Moreira: Aqui Há Porto’ e da CDU.
Pelo BE, a deputada Susana Constante Pereira defendeu que cabe à comissão “trabalhar de forma articulada”, posição também defendida por José Varela, da CDU, que considerou extemporânea a apresentação das duas recomendações.
Também o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, criticou a apresentação dos dois documentos.
Já o deputado Raul Almeida, do movimento independente, salientou a isenção do trabalho realizado pela comissão e rejeitou “qualquer sugestão ou suspeita de que há qualquer tentativa de modulação da informação a transmitir”.
“Acho lamentável que quem menos participa levante essas duvidas”, referiu, dizendo, no entanto, ver a moção do PSD como “um apelo”.
Pelo Chega, Jerónimo Fernandes rejeitou “lições de moral e superioridade” de outros partidos e defendeu a necessidade de ser dada mais informação aos cidadãos.
Em 23 de agosto, a Metro do Porto anunciou a conclusão geral da empreitada da primeira fase do metrobus (Casa da Música-Império), mas remeteu a finalização dos acabamentos para o final de setembro.
Faltam chegar os veículos a hidrogénio que farão a operação, fazendo com que uma solução provisória esteja atualmente em discussão entre a Câmara do Porto, a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e a Metro do Porto
A autarquia e a STCP sugeriram a utilização provisória do canal do metrobus da Avenida da Boavista pela linha 203 até à chegada dos autocarros a hidrogénio, noticiou a Lusa a 5 de setembro.
O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (obra quase concluída) e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.
// Lusa