Um anel encontrado no século 19, durante escavações no sítio arqueológico de Birka, na Suécia, pode ser a prova de que terá havido contacto entre os Vikings e a civilização Islâmica.
Mais de cem anos após a descoberta, um estudo da Universidade de Estocolmo, publicado na revista “Scanning”, defende que a jóia é uma prova concreta de contacto entre as civilizações da era Viking Escandinava e do Mundo Islâmico.
O anel, encontrado no túmulo de uma mulher do século IX, é feito de prata, tem uma peça de vidro roxa, e inscrições em árabe antigo, cujo significado parece ser “por Alá”.
Até agora, julgava-se que a peça roxa com gravações árabes seria uma ametista, mas uma análise com um microscópio electrónico de varredura revelou que a ametista violeta é na realidade um vidro colorido, material que na época seria considerado “exótico”.
Segundo os cientistas, a última proprietária do anel deverá ter vivido por volta de 850 d.C., e o estado de conservação da peça sugere que deverá ter pertencido a um reduzido número de pessoas.
O anel será, segundo o estudo, a prova arqueológica da teoria de que, há mais de mil anos, os Vikings terão viajado para locais tão longínquos como Egipto ou a Mesopotâmia.
Segundo o biofísico Sebastian Wärmländer, da Universidade de Estocolmo, citado pela Science News, “o anel poderá ser a derradeira prova material de contacto directo entre a era Viking e o mundo Islâmico”.
ZAP
À exceção dos portugueses, os historiadores gostam muito de procurar provas da grandeza dos seus antepassados. Por vezes, a obsessão cega-os e, neste caso, vai ao ponto de esquecerem a presença dos muçulmanos na Península Ibérica entre os inícios do século VIII até fins do século XV. Claro que viajar até à Mesopotâmia ou Egito é mais giro (e turístico) que vir à Península e até ajuda a consolidar a ideia não provada da chegada dos normandos ao continente americano. Talvez ainda venham a encontrar um anel ameríndio num qualquer túmulo escandinavo…