ZAP // IGCP
Os especialistas antecipam uma nova corrida aos certificados de aforro mediante a fraca rentabilidade dos depósitos.
Com a expectativa de cortes nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), os especialistas preveem que os certificados de aforro possam voltar a ser uma opção competitiva para os investidores.
Dado que os depósitos não acompanham a Euribor e os bancos recusam aumentar os seus juros, é provável que a perspetiva de uma descida das taxas de juro torne os certificados de aforro mais atrativos, escreve o Jornal de Negócios.
Embora a subida das taxas de referência do BCE não tenha se refletido de forma significativa nas remunerações dos depósitos em Portugal, a descida já é uma realidade. João Nuno Pinote, diretor de gestão de produto dos CTT, apontou que os juros dos depósitos a prazo estão a abrandar, com a maioria a descer para valores abaixo dos 3,25%-3,75%. Em paralelo, as taxas médias dos novos depósitos a prazo caíram para 2,63% em julho, enquanto o volume de novas operações atingiu um valor recorde de 12.559 milhões de euros.
O declínio nas taxas de juro dos depósitos poderá levar as famílias a reconsiderarem as suas opções de poupança e a voltarem-se para os certificados, à medida que a Euribor também desce. As previsões do mercado indicam que a Euribor a seis meses atingirá 2,84% até ao final de 2024, com uma descida progressiva até 2025.
Por outro lado, os depósitos estruturados, que ganharam relevância em 2023 após sete anos de declínio, poderão perder novamente atratividade com a descida das taxas de juro. Estes produtos, cuja remuneração está associada a variáveis financeiras ou económicas, dependem da evolução das taxas de juro.
Em suma, enquanto os depósitos continuam a ser a preferência dos aforradores, a descida das taxas de juro poderá abrir caminho para os certificados de aforro, sobretudo se a Euribor cair abaixo de certos níveis, tornando-os mais competitivos.
2023 ??? Estamos em 2024 !!!