Novo mapa do mundo mostra como todos os mapas que já viu são imprecisos

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Um mapa-mundo exato é algo que tem escapado aos cartógrafos durante séculos. A nova projeção Equal Earth pode fazer com que os mapas distorcidos sejam uma coisa do passado.

Num estudo publicado em 2018 no International Journal of Geographical Information Science, o cartógrafo Tom Patterson e os seus colegas, Bojan Šavrič e Bernhard Jenny, apresentaram uma solução para este problema de longa data: como fazer um mapa do mundo que retrate com exatidão o tamanho e a forma das massas de terra da Terra.

Segundo o All That’s Interesting, todos os mapas que estamos habituados a ver estão distorcidos. O mapa mais comum é o mapa de projeção de Mercator, que foi criado pelo geógrafo e cartógrafo flamengo Gerardus Mercator em 1569.

Este mapa do mundo é o mais comum, mas não tem que ser a única representação do mundo. Por exemplo, para milhares de milhões de pessoas, o “verdadeiro” mapa do mundo está centrado no Oceano Pacífico, e há quem proponha um mapa do mundo na vertical — com Portugal na pontinha.

A projeção de Mercator é boa porque preserva bem os ângulos e as formas das massas de terra continentais do mundo, mas distorce muito o tamanho dessas terras.

Isto cria uma problema chamado “problema da Gronelândia“, e que as massas de terra mais afastadas do equador, como a Gronelândia, parecem muito maiores do que as que se encontram do outro lado do equador, como África.

De acordo com o The Economist, África é, na verdade, 14 vezes maior do que a Gronelândia, mas se olharmos para um mapa de projeção Mercator, pensaríamos o contrário.

Para além do problema de tamanho do mapa, vários críticos afirmam que a utilização generalizada do sistema Mercator revela um preconceito cultural.

Arno Peters, um historiador alemão, acreditava que a projeção de Mercator era mais popular porque tornava os países do norte da Europa maiores do que os seus adversários no hemisfério sul, sugerindo que o países europeus eram mais poderosos.

Para mitigar este preconceito, Peters propôs que fosse utilizado o mapa de projeção Gall-Peters. Em 2017, as escolas públicas de Boston tornaram-se o primeiro distrito escolar dos Estados Unidos a abandonar a projeção Mercator, num esforço para “descolonizar o currículo das nossas escolas públicas” e mudaram para Gall-Peters.

No entanto, esta projeção tinha os seus próprios defeitos. O mapa de Gall-Peters retrata com exatidão o tamanho das massas de terra, mas distorce as formas dos continentes.

Parecia que estávamos condenados a ter de escolher para sempre entre o tamanho exata ou a forma exata, sem a opção de ter ambos, até Patterson e a sua equipa revelarem o seu mapa Equal Earth.

Para mitigar este preconceito, Peters propôs que fosse utilizado o mapa de projeção Gall-Peters. Em 2017, as escolas públicas de Boston tornaram-se o primeiro distrito escolar dos Estados Unidos a abandonar a projeção Mercator, num esforço para “descolonizar o currículo das nossas escolas públicas” e mudaram para Gall-Peters.

No entanto, esta projeção tinha os seus próprios defeitos. O mapa de Gall-Peters retrata com exatidão o tamanho das massas de terra, mas distorce as formas dos continentes. Parecia que estávamos condenados a ter de escolher para sempre entre o tamanho exata ou a forma exata, sem a opção de ter ambos, até Patterson e a sua equipa revelarem o seu mapa Equal Earth.

De acordo com o estudo, Patterson, Šavrič e Jenny procuraram alternativas às projeções de mapas-múndi de área igual atualmente disponíveis, mas “não conseguiram encontrar nenhuma que satisfizesse todos os nossos critérios estéticos”, pelo que decidiram criar o seu próprio mapa.

O seu desenho foi inspirado no mapa de projeção Robinson de 1963, que até recebeu o selo de aprovação da National Geographic Society quando o nomeou como o seu mapa de eleição em 1988.

O mapa Robinson é um híbrido parcial entre a projeção Mercator e a Gall-Peters, com partes de cada uma que o tornam “altamente adequado” para mapas do mundo , de acordo com os autores do estudo.

Para o seu mapa Equal Earth, a equipa de Tom Patterson inspirou-se na projeção Robinson, mas melhorou uma característica fundamental.

“A projeção do mapa Equal Earth é inspirada na projeção Robinson, amplamente utilizada, mas, ao contrário da projeção Robinson, mantém o tamanho relativo das áreas”.

Este último mapa é capaz de retratar com exatidão o tamanho e a forma das massas de terra da Terra, resolvendo assim os dois problemas dos mapas do mundo anteriores.

A procura de um mapa-mundo imparcial e bem proporcionado tem confundido os cartógrafos durante séculos, mas a nova projeção Equal Earth pode finalmente acabar com o problema do mapa-mundo.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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2 Comments

  1. Neste mapa, Portugal já não parece um país tão pequeno (à escala europeia) como a ideia que geralmente corre. Na realidade, na Europa somos um país de tamanho médio, maior que vários outros e sem contarmos com o mar e os arquipélagos.

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