Em Portugal, o Intermarché declarou guerra ao mais famoso dos fornecedores de batatas fritas. Os produtos da Matudis desapareceram das prateleiras dos supermercados.
Ruffles, Lay’s, Matutano, Doritos e Cheetos – são alguns exemplos de produtos da Matudis que desapareceram das prateleiras do Intermarché.
Em causa está a subida abrupta dos preços por parte da empresa.
Na sequência desta subida de preços e na defesa dos clientes, o Intermarché fez frente à Matudis e recusou-se a vender o seus produtos.
“Não temos à venda produtos do fornecedor Matudis, o que lamentamos e que se deve exclusivamente ao aumento do preço de tabela destes produtos em mais de 26% nos últimos dois anos“, justificou o supermercado, através de um papel afixado na zona daqueles produtos.
“Na defesa dos interesses dos nossos consumidores não aceitamos. Lamentamos o transtorno causado”, acrescenta o aviso.
A história é contada pelo Expresso, que refere que o conflito se mantém agora circunscrito aos gabinetes dos fornecedores e da distribuição, mas que pode estar aí outra vez à porta.
“A tensão entre a distribuição e os fornecedores nunca chegou às prateleiras dos supermercados a este nível”, disse ao semanário Pedro Pimentel, diretor-geral da CentroMarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca.
Como esclarece o especialista, a Matudis está no universo da PepsiCo – a quem o Carrefour também já tinha declarado guerra em janeiro.
A motivação da cadeia de supermercados francesa foi a mesma: os produtos da tornaram-se demasiado caros.
A tendência de aproveitar a inflação para engordar as margens de lucro tornou-se tão popular que até já ganhou uma alcunha: greedflation (de greed, que significa ganância em inglês).
Retalhistas de produtos alimentares em vários países, incluindo Alemanha e Bélgica, também travaram encomendas de empresas de bens de consumo, uma tática nas negociações de preços que se tornaram mais tensas devido à inflação.