Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) com mais médicos dentistas, logo atrás da Roménia. Um dado que contrasta com a dificuldade de acesso a cuidados médicos dentários que muitos portugueses enfrentam.
Em 2022, formaram-se 14.313 médicos dentistas em todos os países da UE, segundo dados do Eurostat divulgados pelo Público.
Nesse ano, em Portugal, formaram-se “9,05 profissionais por 100 mil habitantes“, mais do que os 8,41 do ano anterior e “quase três vezes acima da média da UE“, aponta o mesmo jornal.
“Há excesso de médicos dentistas em Portugal, o rácio actual é de um médico dentista por 800 habitantes, mais do dobro do que o que a Organização Mundial de Saúde recomenda (1800)”, analisa o presidente do Sindicato dos Médicos Dentistas, João Neto, em declarações ao Público.
Mas, ao mesmo tempo, “temos dos piores indicadores de saúde oral da UE“, aponta ainda João Neto, frisando que “10% das pessoas são desdentadas totais“.
Os preços dos tratamentos no privado e a inexistência de uma alternativa no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para os cuidados dentários ajudarão a explicar essa falta de acesso a dentistas. E as respostas do SNS existentes não cobrem as necessidades.
“O programa do cheque-dentista está obsoleto, com 40% dos vales a não serem, sequer, utilizados pelas pessoas”, nota ainda ao Público João Neto, concluindo que “não aproveitamos o excesso de médicos dentistas que temos”.
Dentistas que têm de “recorrer ao banco alimentar”
O investimento feito pelos estudantes de Medicina Dentária também nem sempre compensa. Este é o segundo curso superior “mais oneroso” a seguir ao de Medicina, como salienta ainda João Neto, notando que, quando acabam a formação, muitos dentistas enfrentam situações de trabalho precário.
“Há muitos médicos dentistas em situação de sub-emprego, há casos de colegas explorados, com remunerações de 300 euros brutos por mês, e até já foram identificados casos de colegas que tiveram que recorrer ao banco alimentar“, nota.
João Neto cita também casos de médicos “sub-contratados por empresas que recebem 22 euros à hora do Estado, mas pagam aos profissionais nove ou dez euros por hora”. “Há colegas que trazem ao fim do mês 700 a 800 euros para casa”, constata.
E há ainda médicos dentistas que “estão a trabalhar no SNS de forma irregular como técnicos superiores, que é uma carreira administrativa, não clínica, e outros são contratados com falsos recibos verdes“, revela.
Assim, para muitos, a alternativa é emigrar. “Mais de 600” médicos dentistas formados em Portugal, emigram todos os anos, refere João Neto, denunciando que a situação “interessa tanto aos privados como ao Estado”.
Mais uma prova que o sistema de educação em Portugal é uma brincadeira de crianças!!!!
Ninguém controla nada ninguém prevê nada….Ou temos
Gente a mais ou gente a menos e não fazem nada para
Controlar isso antes de trazer problemas!
Com tantos dentistas e tratamentos tão caros!!! Ainda para mais numa área de saude 100% privada. Aqui se vê o mercado livre a tuncionar bem, só que não.
Há muito que ando a procurar un Gabinete de Odontologia que seja capaz de me facultar un preço aceitável e com serviço efetuado por Profissionais competentes . Depois de ter sido mal tratado , para não dizer “Vigarizado” , prefiro ter só os dentes que me restam que me tornar uma maquina Multibanco para estes Srs .(as) ! .
Emigrem para a Holanda que eles tem falta de dentistas, a lista de espera pode chegar aos 3 Meses.
na Itália existe um provérbio: mal comune mezzo gaudio, se o seu vizinho tem o mesmo problema, a dor é a metade.
Não sei se isso pode te ajudar