Um novo estudo descobriu que o chimpanzés comunicam a um ritmo acelerado, semelhante ao ritmo a que os seres humanos conversam entre si.
Um novo estudo em cinco comunidades de chimpanzés selvagens (Pan troglodytes), na África Oriental, descobriu que esta espécie comunica a um ritmo semelhante àquele a que os seres humanos falam entre si.
Analisando 8.559 gestos feitos por 252 chimpanzés – naquele que a New Scientist descreveu como um dos maiores estudos deste tipo -, os investigadores constataram que os chimpanzés, quando socializam, trocam gestos a um ritmo acelerado.
O estudo, publicado esta segunda-feira na Current Biology, revelou que o tempo entre os sinais dos chimpanzés é incrivelmente semelhante ao das trocas humanas, chegando a ser até um pouco mais rápido.
“Em média, há 120 milissegundos entre o fim de um gesto e o início do seguinte. Nos humanos, a média é de cerca de 200 milissegundos, por isso a sincronização é muito próxima”, explicou o líder da investigação, Gal Badihi, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, citado New Scientist.
Apesar de todas as comunidades de chimpanzés utilizarem respostas rápidas, verificou-se que o tempo variou de grupo para grupo. Por exemplo, a comunidade de Sonso, no Uganda, demorou mais alguns milissegundos a responder a um gesto do que as outras comunidades do estudo.
Mas é normal…
Diferenças de tempo como estas também existem nas línguas humanas. Como escreve a New Scientist, as pessoas que falam japonês, por exemplo, costumam ter um estilo de conversação mais rápido do que as que falam dinamarquês.
“Não sabemos exatamente porquê. Tal como nos humanos, não sabemos se é uma diferença cultural, algo aprendido ao longo do tempo ou uma resposta ao ambiente”, comentou Gal Badihi.
Os investigadores concluíram que a comunicação é um processo cooperativo e socialmente envolvente em outros animais além dos humanos.
“Pode ser que os processos envolvidos na linguagem humana tenham evoluído muito antes do que pensávamos“, teoriza.
