Uma equipa de cientistas identificou uma nova espécie de caravela-portuguesa nas águas entre a Austrália e a Nova Zelândia.
A espécie, denominada Physalia physalis, é constituída por vários organismos diferentes com longos ferrões ligados a um flutuador azul cheio de gás.
De acordo com a New Scientist, estes organismos são constituídos por unidades mais pequenas chamadas zooides, que são geneticamente idênticas mas têm funções diferentes, como a digestão, a reprodução e a alimentação.
Num novo estudo, pré-publicado a semana passada na bioRxiv, os investigadores sequenciaram 133 genomas de Physalia e encontraram cinco linhagens distintas, com várias linhas de evidência que mostram um forte isolamento reprodutivo apesar da sobreposição de áreas de distribuição.
Além disto, também analisaram mais de 4000 fotografias de caravela-portuguesa.
Através da análise descobriram que há pelo menos quatro espécies distintas com características físicas únicas e áreas de distribuição restritas, sendo que três desyas estão identificadas há mais de 200 anos: P.physalis; Physalia utriculus e Physalia megalista.
A quarta, encontrada no mar da Tasmânia, ainda não foi batizada.
“Parecem balões de água ou sacos de plástico a flutuar no oceano e temos estado a assumir que são uma única espécie. Têm uma diversidade que tem estado escondida à vista de todos e mostra o quanto desconhecemos estas espécies”, diz a coautora do estudo Kylie Pitt.
Os investigadores afirmam que há indícios de que poderá existir ainda uma quinta espécie, mas ainda não possuem provas suficientes para ter a certeza disso.
“Estes organismos podem ser destros ou canhotos, o que significa que a maioria dos corpos e tentáculos emerge do lado direito ou esquerdo da boia. Não sabemos ao certo como é que isto é determinado, mas o nosso melhor entendimento é que não é genético”, explica o primeiro autor do estudo, Samuel Church.
Compreender por onde navegam os diferentes grupos de caravelas-portuguesas e as correntes que movem estes organismos permitirá aos cientistas prever quando é que estas espécies podem chegar a uma praia e representar perigo para os banhistas.