Azeitonas são a nova promessa na luta contra obesidade (e não só)

Uma equipa de cientistas descobriu que um composto encontrado nas azeitonas pode ser um fator de mudança na luta contra a obesidade e a diabetes tipo 2.

Com as taxas de obesidade a aumentar e a diabetes tipo 2 a afetar cerca de 462 milhões de pessoas em todo o mundo, a necessidade de conseguir tratamentos eficazes e acessíveis é cada vez maior.

Os resultados de um novo estudo, apresentados na NUTRITION 2024, a reunião anual da Sociedade Americana de Nutrição, e divulgados no EurekAlert, oferecem agora esperança para milhões de pessoas que lutam contra estes problemas.

Os cientistas utilizaram ratinhos obesos nas suas experiências, de modo a entender como o composto afetava a perda de peso e a regulação de açúcar.

O ácido elenólico, uma substância natural presente nas azeitonas maduras e no azeite virgem extra, demonstrou uma redução dos níveis de açúcar no sangue e na promoção da perda de peso em ratos de laboratório.

Os ratinhos obesos com diabetes, a quem foi administrado ácido elenólico por via oral durante apenas uma semana, apresentaram uma perda de peso significativa e uma melhor regulação de açúcar no sangue.

Além disso, o efeito redutor da glicose do ácido foi comparável ao do liraglutide, um medicamento injetável para a diabetes, e ultrapassou a eficácia da metformina.

O sucesso deste medicamento reside na sua capacidade de estimular a libertação de duas hormonas importantes que desempenham um papel importante na regulação do apetite e do metabolismo: GLP-1 e PYY.

Quando nos alimentamos, estas hormonas são libertadas, sinalizando ao nosso cérebro que estamos satisfeitos e ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue.

O ácido elenólico parece conseguir imitar este processo natural, levando o corpo a pensar que já comeu, mesmo quando não comeu. Também parece ter efeitos semelhantes aos da insulina, baixando os níveis de açúcar no sangue, promovendo a absorção da glicose nas células musculares e suprimindo a sua produção.

Apesar destes resultados serem interessantes, é importante realçar que a concentração do ácido elenólico no azeite é muito baixa. Isto significa que o aumento da ingestão de azeite não é suscetível de proporcionar os mesmos benefícios observados neste estudo.

Apesar de estes tratamentos serem empolgantes, a manutenção de um estilo de vida saudável, através de uma alimentação equilibrada e de uma atividade física regular, continua a ser o ponto-chave na prevenção e gestão destas doenças.

Por fim, esta investigação representa um grande passo na procura de tratamentos naturais e multi-direcionados para a obesidade e a diabetes tipo 2.

Soraia Ferreira, ZAP //

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